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Faculdades Fortium
AUTOMOTOR
Brasília - 2009
APC
Academia de Polícia Civil do Distrito Federal
Faculdades Fortium
AUTOMOTOR
Artig
Brasília - 2009
APC
Agradecimento
Resumo
Discorremos nesse trabalho acerca do art. 311 do Código Penal Brasileiro – CPB,
automotor e respectiva problemática trazida a lume pelo art. 115 da Lei 9.503/1997 –
Abstract
Talking about this work of article 311 of the Brazilian Penal Code - CPB, writing
amended by Law 9426/1996, distinctive sign of tampering with motor vehicles and
their problems brought to light the art. 115 of Law 9503/1997 - Brazilian Traffic Code -
CTB.
Sumário
INTRODUÇÃO .............................................................................................................8
DESENVOLVIMENTO.................................................................................................11
CONCLUSÃO.............................................................................................................20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................23
ANEXO A....................................................................................................................24
ANEXO B....................................................................................................................26
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Introdução
trabalho.
do CPB. Esse artigo teve sua redação dada pela Lei 9.426/1996 e trata-se de norma
O crime previsto no artigo 311, do CPB, foi incluído através da Lei 9.426,
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Por tratar-se de norma penal em branco o CTB definiu o sinal identificador
veículo automotor, visto os diversos aparatos que o Estado implantou para substituir
penal.
dedutivo e o sistêmico. Sendo que o dedutivo quer dizer uma ligação entre dois
análise não somente do dispositivo em si, mas de outros que com ele tenham
os gerais do direito.
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Quanto aos métodos de procedimento, podemos citar o método
textos e livros, dos quais serão extraídas as idéias compatíveis com o trabalho,
CPB?
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DESENVOLVIMENTO
vidros, etc.).
veículos motorizados. Antes de 1980, não havia um padrão aceito pelos fabricantes,
1
MIRABETE, Julio Fabbrini. FABBRINI, Renato N. Código Penal Interpretado, 6 ed. São Paulo, Editora Atlas S.A., 2007.
2
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal parte especial, 5 ed.São Paulo, Editora Saraiva, 2007. v.3.
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Chassis é uma estrutura de suporte que pode ser feito de aço ou alumínio. Sua aplicação mais conhecida é em veículos para
sustentar os sistemas embarcados, mas também é utilizada para designar toda estrutura de suporte de objetos móveis como
computadores, tvs, barcos, etc. Veículos como caminhões, motocicletas, carros, karts dentre outros, tem suas carroçarias
montadas sobre chassis. Alguns veículos tem seus sistemas embarcados montados diretamente na carroçaria e neste caso é
utilizado o termo monobloco para designar este tipo de estrutura de suporte. Alguns dos componentes que são acoplados ao
chassi são o motor, sistema de freios, caixa de marcha, transmissão dentre outros. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Chassi, acesso
em 21/01/2009)
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emitidas pela International Organization for Standardization (ISO) em 1979 e 1980,
ISO 3779 e ISO 3780, respectivamente. Elas são compatíveis entre si com poucas
fabricante/montadora do veículo.
de Trânsito, aprovado pelo Decreto nº. 62.127, de 1968). De acordo com Resolução
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section), previsto na NBR 6.066, podendo ser a critério do fabricante, por gravação,
quando existentes; e) em pelo menos dois vidros de cada lado do veículo, quando
9.503/97), por sua vez, ao tratar da identificação dos veículos, faz distinção
veículo que levam, por força de lei, sinais identificadores, o que podemos observar
furtados.
Não se pune, portanto, qualquer adulteração, mas somente aquela que se der sobre
7
Fonte site: http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/resolucao024_98.doc
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Idem.
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Fonte site: http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_282.pdf
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sinais identificadores do veículo, quer estejam no chassi, em componentes ou
equipamentos do veículo.
roubo e receptação de veículos, finalidade essa que não pode ser desconsiderada
mais dependente dos meios eletrônicos. Assim, o agente físico cede lugar aos novos
eletrônicas.
art. 114 do Código de Trânsito Brasileira – CTB. As placas, dianteira e traseira, são
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Código Penal e sua Interpretação Jurisprudencial, vol. 2, parte especial, Editora Revista dos Tribunais, p. 3803
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Destarte, a identificação externa no veículo automotor torna-se de
fundamental importância, tanto que a previsão legal abarcou essa hipótese, art. 115
tipificação.
placas dianteira e traseira configura o crime deste art. 311” (STJ, RT 772/541).
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Trânsito Brasileiro. 1. O veículo é identificado externamente por meio das
placas dianteira e traseira, cujos caracteres o acompanharão até a baixa do
registro. Tipifica, portanto, a conduta prevista no art. 311 do Código Penal, a
adulteração ou remarcação destes sinais identificadores, bem como
daqueles gravados no chassi ou no monobloco (arts. 114 e 115 do Código
de Trânsito Brasileiro) 2. Ordem denegada. (RSTJ 133/517 e RT 772/541)
identificador par os fins do art. 311 do CP. Sua adulteração, dessa forma, enseja a
11
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal parte especial, 5 ed.São Paulo, Editora Saraiva, 2007. v.3.
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A principal tese defendida pela segunda corrente, contrária à tipificação, é
originados pelo fabricante do veículo, conforme assevera Luiz Flávio Gomes, apud
CP", in RT 759/497), o interesse que sobressai na norma do art. 311 para além da
ele sempre poderá ser individualizado, ainda que tenha sido objeto de algum delito
precedente"; o que se busca, continua o autor "é que nenhuma conduta seja dirigida
veículo". Por isso é que - conclui esse doutrinador - as placas do veículo, "pelo que
consideradas 'sinal identificador do veículo' para os fins do art. 311 do CP, e a razão
central, obvia e incontestável dessa afirmação é a seguinte: com ou sem elas, desde
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Assim, vem posicionando-se corrente minoritária no STF pela não
moldar a conduta de adulterar placas ao tipo do art. 311 do CTB, conforme lição de
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autorizando, assim, o trancamento da ação penal pro falta de justa causa,
pois se trata de fato atípico, uma vez que não afronta a fé pública,
especialmente em relação à propriedade e ao licenciamento ou registro de
veículos automotores (RT 761/602).
CONCLUSÃO
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Hoje sabemos que os meios eletrônicos estão substituindo as pessoas
eletrônicas em que uma máquina faz a checagem das placas e, caso haja alguma
ciência do problema.
legislador, atento à evolução do crime e tendo como ultima ratio, ante a importância
de veículo automotor?
deturpar ou remarcar, marcar de novo placas de veículo automotor. Data venia, o art.
311 é uma norma penal em branco, cujo completivo encontra-se no art.115 do CTB,
tratando-se de uma interpretação autêntica, ou seja, aquela dada pela por uma
O art. 115 define que a identificação externa se dará por meio de placas,
dianteira e traseira e o CTB em seu art. 230, I, dispõe: “Conduzir o veículo, com o
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identificação do veículo violado ou falsificado – infração gravíssima”. Portanto, a
previsão administrativa para o fato não afasta a órbita penal, haja vista que as
esferas são distintas. Tanto é verdade, que a legislação, ao tratar dos crimes de
trânsito, traz uma agravante: o fato de estar utilizando o veículo sem placas, com
Na lei não existe letra morta. O legislador, ao definir as placas como sinal
identificador externo de veículo automotor, quis abarcar tal hipótese como conduta
lesiva à fé publica.
Veja-se que o art. 115, § 1º, do CTB, disciplina: “Os caracteres das placas
veículo”.
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REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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______ Supremo Tribunal Federal. Habeas corpus nº 79780/SP, Primeira Turma.
Acesso em 21/08/2008.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal parte especial, 5 ed.São Paulo, Editora
Saraiva, 2007. v.3.
DELMANTO, Celso et al. Código Penal Comentado. 7 ed. Rio de Janeiro, Edição
Renovar, 2007. 1.336P.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. 4 ed. Rio de Janeiro, Editora Impetus,
2004. 846P.
JESUS, Damásio E. de. Direito penal: Parte Geral, vol. 1, 25 ed., São Paulo,
Saraiva, 2002.
______. Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal: Parte Especial, 19 ed., São
Paulo, Editora Atlas S.A., 2004. 290p.
ANEXO A
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CONSIDERANDO proposta dos Senhores Secretários de Segurança Pública,
reunidos em Encontro Nacional do Ministério da Justiça, e da totalidade dos
Diretores dos Departamentos Estaduais de Trânsito, em serem estabelecidos
mecanismos técnicos que dificultem a adulteração do número de identificação
veicular, possibilitando maiores índices de recuperação dos veículos furtados a
roubados, atendendo as ações do Projeto Mutirão Contra a Violência, neste
particular a cargo do CONTRAN e DENATRAN;
Art. 1° - Fica instituído novo critério de identificação veicular obrigatório para todos
os veículos saídos das fábricas a partir de O1 de maio de 1986.
Parágrafo único - Excetuam-se do disposto neste artigo, os tratores, os veículos
utilizados exclusivamente para competições esportivas e os veículos militares de
características especiais.
Art. 2° - A numeração de identificação veicular gravada no chassi deverá ocorrer em,
no mínimo, dois pontos de localização, de acordo com as vigentes especificações e
formatos estabelecidos pela NBR-3 n° 6066, e profundidade mínima de 0,5mm.
§ 1° - Além de gravação no chassi, os veículos serão identificados, com os mesmos
caracteres, também por gravação, na profundidade de 0,3 mm, nos seguintes
compartimentos e componentes estruturais:
a) no assoalho do veículo, sob o assento do condutor;
b) na coluna da porta lateral direita, podendo ser neste local, através de plaqueta
irremovível e destrutível quando da sua remoção;
c) no compartimento do motor;
d) no eixo traseiro;
e) em áreas dos pára-brisas dianteiro a traseiro, com a profundidade mínima de 0,2
mm.
§ 2° - Dentre as gravações de que trata este artigo, pelo menos uma, será em alto
relevo, e as demais em baixo relevo.
Art. 3° - Nos veículos automotores de duas e três rodas, excluídos os ciclomotores, a
gravação será feita na coluna de suporte de direção, em, no mínimo, dois pontos,
Art. 4° - Nos veículos reboques e semi-reboques, a gravação será feita:
a) no chassi, em, no mínimo, dois pontos;
b) no eixo.
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Parágrafo único - As normas do credenciamento previsto neste artigo serão
disciplinadas através de Portaria baixada pelo DENATRAN, devidamente submetida
à homologação do CONTRAN.
Art. 7° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
ANEXO B
O Conselho Nacional de Trânsito, usando das atribuições que lhe confere o artigo 5°
do Código Nacional de Trânsito, instituído pela Lei n° 5.108, de 21 de setembro de
1966, com a redação que lhe deu o Decreto-Lei n° 237, de 28 de fevereiro de 1967 e
o artigo 9° do Regulamento do Código Nacional de Trânsito, aprovado pelo Decreto
n° 62.127, de 18 de janeiro de 1968; e
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mecanismos técnicos que dificultem a adulteração do número de identificação
veicular, possibilitando maiores índices de recuperação dos veículos furtados e
roubados, atendendo as ações do Projeto Mutirão Contra a Violência, neste
particular a cargo do CONTRAN a DENATRAN;
Art. 1° - Fica instituído novo critério de identificação veicular obrigatório para todos
os veículos fabricados a partir de, no máximo, cento e oitenta dias contados da data
de publicação da presente Resolução.
Parágrafo único - Excetuam-se do disposto neste artigo os tratores, os veículos
utilizados exclusivamente para competições esportivas e os veículos militares de
características especiais.
Art. 2° - A gravação do número de identificação veicular no chassi ou monobloco,
deverá ocorrer em, no mínimo, um ponto de localização, de acordo com as vigentes
especificações e formatos estabelecidos pela NBR 3 n° 6066 da ABNT, em
profundidade mínima de 0,2mm.
§ 1 ° - Além da gravação no chassi ou monobloco, os veículos serão identificados
com, no mínimo, os caracteres VIS previstos na NBR 3 n° 6066, podendo ser, a
critério do fabricante, por gravação, na profundidade mínima de 0,2mm, quando em
chapas ou por plaqueta colada, soldada ou rebitada, destrutível quando de sua
remoção, ou ainda por etiqueta autocolante e também destrutível no caso de
tentativa de sua remoção, nos seguintes compartimentos e componentes:
a) no assoalho do veículo, sob um dos bancos dianteiros;
b) na coluna da porta dianteira lateral direita;
c) no compartimento do motor;
d) em um dos pára-brisas e em um dos vidros traseiros, quando existentes; e em
pelo menos dois vidros de cada lado do veículo, quando existentes, excetuados os
quebra-ventos.
§ 2° - As identificações previstas na letra "d" do parágrafo anterior, serão gravadas
de forma indelével, sem especificação de profundidade e, se adulterados, devem
acusar sinais de alteração.
§ 3° - Os veículos inacabados (sem cabina, com cabina incompleta, tais como os
chassis para ônibus), terão as identificações previstas no parágrafo 1° deste artigo,
implantadas pelo fabricante que complementar o veículo com a respectiva
carroçaria.
§ 4° - As identificações, referidas no parágrafo 2° deste artigo, poderão ser feitas na
fábrica do veículo ou em outro local, sob a responsabilidade do fabricante, antes de
sua venda ao consumidor.
§ 5° - No caso de chassi ou monobloco não metálico, a numeração deverá ser
gravada em placa metálica incorporada ou a ser moldada no material do chassi ou
monobloco, durante sua fabricação.
§ 6° - Para fins do previsto no "caput" deste artigo, o décimo dígito do VIN (número
de identificação do veículo) que prevê a NBR 3 n° 6066, será obrigatoriamente
marcado com a identificação do ano de fabricação do veículo.
Art. 3° - Nos veículos automotores de duas ou três rodas, excluídos os ciclomotores,
as gravações serão feitas, no mínimo em dois pontos, na coluna de suporte da
direção ou no chassi monobloco.
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Art. 4° - Nos veículos reboques e semi-reboques, as gravações serão feitas no
chassi, no mínimo em dois pontos.
Art. 5° - Os fabricantes depositarão com antecedência de 30 (trinta) dias, junto ao
Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN - as identificações e localizações
das gravações, segundo os modelos básicos, para fins de controle reservado a
apoio das vistorias e perícias procedidas pelos órgãos integrantes do Sistema
Nacional de Trânsito e por órgãos policiais.
Parágrafo único - Os fabricantes encaminharão, na forma prevista neste artigo, com
antecedência de 30 (trinta) dias, as localizações da identificação veicular, todas as
vezes que ocorrerem alterações dos respectivos modelos básicos dos veículos.
Art. 6° - As regravações e as eventuais substituições ou reposições de etiquetas e
plaquetas, quando necessárias, dependerão de prévia autorização da autoridade de
trânsito e somente serão processadas por estabelecimentos por ela credenciados,
mediante comprovação da propriedade do veículo.
§ 1° - As normas do credenciamento previsto neste artigo serão disciplinadas
através de Portaria baixada pelo Departamento nacional de Trânsito - DENATRAN,
devidamente submetida à homologação do CONTRAN.
§ 2° - As etiquetas ou plaquetas referidas no "caput" deste artigo deverão ser
fornecidas pelo fabricante do veículo.
§ 3° - O previsto no "caput" deste artigo não se aplica às identificações constantes
na letra "d" do parágrafo 1° do artigo 2° desta Resolução, cuja ausência temporária
não constituirá infração de trânsito.
Art. 7° - Os Departamentos de Trânsito - DETRANS não poderão registrar, emplacar
e licenciar veículos que estiverem em desacordo com o previsto nesta Resolução,
nos termos do seu amigo 1°.
Art. 8° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9° - Revogam-se disposições em contrário.