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Projeto

PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LIME

Apostolado Veritatis Spiendor


com autorizagáo de
Dom Estéváo Tavares Bettencourt, osb
(in memoriam)
APRESENTAQÁO
DAEDIQÁOON-LINE
Diz Sao Pedro que devemos
estar preparados para dar a razáo da
nossa esperanga a todo aquele que no-la
pedir (1 Pedro 3,15).

Esta necessidade de darmos


conta da nossa esperanga e da nossa fé
hoje é mais premente do que outrora,
'.■" visto que somos bombardeados por
numerosas correntes filosóficas e
religiosas contrarias á fé católica. Somos
assim incitados a procurar consolidar
nossa crenga católica mediante um
aprofundamento do nosso estudo.

Eis o que neste site Pergunte e


Responderemos propóe aos seus leitores:
aborda questóes da atualidade
controvertidas, elucidando-as do ponto de
vista cristáo a fim de que as dúvidas se
dissipem e a vivencia católica se fortaleca
no Brasil e no mundo. Queira Deus
abengoar este trabalho assim como a
equipe de Veritatis Splendor que se
encarrega do respectivo site.
Rio de Janeiro, 30 de julho de 2003.

Pe. Esteváo Bettencourt, OSB

NOTA DO APOSTOLADO VERITATIS SPLENDOR

Celebramos convenio com d. Esteváo Bettencourt e


passamos a disponibilizar nesta área, o excelente e sempre atual
conteúdo da revista teológico - filosófica "Pergunte e
Responderemos", que conta com mais de 40 anos de publicagáo.
A d. Esteváo Bettencourt agradecemos a confiaga
depositada em nosso trabalho, bem como pela generosidade e
zelo pastoral assim demonstrados.
índice
pag.

MAIS UM NATAL 521

Nos dias atuais:


CULTURA DE MASSA 523

Um lívro polémico:
"PEDRO NUNCA FOI PAPA !" 537

Será de ver...
A MISSA AOS DOMINGOS ? £50

Seiá possivel a...


VISAO EXTRA-OCULAR ? 556

LIVROS EM ESTANTE 561

COM APROVACÁO ECLESIÁSTICA

NO PRÓXIMO NÚMERO -.

Vamos ao curandeiro ? — «O amor no celibato». — Censura


de üvros na Igreja. — Ainda os cárceres.

«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»

Assinatura anual (ver p. 564) Cr$ 60,00

Número avulso de qualquer mes Cr$ 5,00

EDITORA LAUDES S. A.
REDA£AO DE PR ADMINISTRADO
Caixa Postal 2.666 Rúa Sao Rafael, 38, ZC09
ZC-00 20.000 Rio <le Janeiro (RJ)
20.000 Rio de Janeiro (RJ) Tcls.: 268-D981 c 268-2796
MAIS UM NATAL!
Recorre mais um Natal no nosso calendario 1 As mentes
se enchem de impressóes e recordagóes que poderiam mere
cer referencias nestas linhas. Deixamo-las, porém, a fim de
dedicar a reflexáo deste mes ao significado de Natal para
a visáo que o cristáo tem do mundo e da historia.

Deus se fez homem... Disto se segué que

1) Ele tocou a natureza humana inteira e a santificou.


Sim; quem toca e levanta a ponta de urna toalha, levanta
a toalha toda. Análogamente, tocando a humanidade num
ponto, ou seja, através de Maria SS., Deus Filho tocou e
levantou todos os homens. A novo título sao irmáos,...
Irmáos em Cristo e filhos do Pai: "O Pai quer que reconhe-
camos e amemos Cristo como irmáo em todos os homens"
(Concilio do Vaticano II, Const. "Gaudium et Spes" rfl 93).

2) Tocando a natureza humana, o Senhor Deus tocou


também todo o mundo material, e, de certo modo, o recriou;
tornou-o capaz de ser portador da vida divina e da graca
para todos os. homens. é neste fato que tém origem os sacra
mentos da Igreja ; a agua do Batismo, o pao e o vinho da
Eucaristía, o óleo da Crisma sao cañáis comunlcadores da
graca de Deus aos homens. Dir-se-ia que esses elementos
materiais, feitos sacramentos, prolongam a santíssima huma
nidade de Cristo, pois por ela também (isto é, pelas máos,
pelos gestos, pelas palavras de Cristo) passava a graca que
o Senhor viera trazer ao mundo.

O fato da Encarnacáo do Fiiho de Deus explica que o


Cristianismo nao seja apenas urna escola, onde se comuni-
cam idéias, ciencia e normas de comportamento, mas tam
bém urna camunháo de vida dos homens com Deus,...
comúnháo estabelecida e difundida pelo contato de materia
com materia. Em outros termos: o Cristianismo nao afeta
os homens apenas psicológicamente, mas também ontolo-
gicamente.

3) O mundo dos sacramentos nao se limita aos sete


sacramentos rituais que os cristios recebem, mas prolonga-se
outrossim na Igreja; esta, composta de homens nos quais
Cristo prolonga a sua vida divlno-humana, é dita "o Corpo
de Cristo" (cf. Cl 1,29). Ela tem um aspecto defectível, ine-

— 521 —
rente á fraqueza humana, mas este aspecto nao esgota a
sua realidade; há algo de perene e indefectivelmente santo
e veraz na Igreja, garantido pelo fato de que Cristo nela
estende a sua Encamacáo. Por isto numa auténtica visáo
crista nao se pode separar a adesao a Cristo da adesáo á
Igreja de Cristo.

4) Entrando na historia dos homens como homem, Deus


quis dar novo sentido á historia universal. Esta apresenta,
sem dúvida, as suas múltiplas vicissitudes (guerras, tome,
incendios, endientes, secas...), mas encaminha-se para um
desfecho em que Deus será glorificado e exaltados seráo
os homens que tiverem sustentado até o fim a sua fidelidade
á Palavra de Deus. A historia é como um discurso que Deus
vai proferindo através dos séculos e que revela aos poucos
o grandioso designio de salvacáo 'Concebido pelo Pai desde
toda a eternidade (cf. Ef 3,9-11).

Mais: através do decurso da historia, Cristo vai-se for


mando nos homens, vai multiplicando os membros do seu
Corpo Místico e tomando vulto singular em cada um deles.
Orígenes (t 250 aproximadamente), escritor alexandrino, dizia
que Cristo aínda está para ressuscitar por completo, pois
Ele há de ressuscitar em cada um dos membros do seu
corpo prolongado. Ora, paralelamente, pode-se dizer que
Cristo ainda está para nascer e se formar nos homens das
geracóes vindouras (e por que nao dizer: ... nos homens da
nossa geracáo, em mim, em ti, nele...?).

Possa o próximo Natal avivar nos cristáos estas idéias


capitais I Ultrapassando a visáo do presepio, contemplem o
mundo inteiro e a humanidade toda, recriados por Cristo e
chamados a novo destino! Mais: possam tomar consciéncia
de que Natal nao é apenas um fato passado, mas ainda está
para se consumar nos homens posteriores a Cristo. Celebrar
o Natal nao é apenas olhar para o pretérito, mas significa
voltar-se tambóm para o presente e o futuro. Renove-se, por-
tanto, a natividade de Cristo em todos aqueles que já foram
batizados, a fim de que, com novo vigor de fé e amor, pos
sam levar a Palavra e a Vida do Senhor aos homens que
ainda nao O conhecem !
E. B.
AOS NOSSOS LEITORES
FELIZ NATAL E PRÓSPERO 1976, CUMULADO DE LUZES
E GRACAS, É O QUE DESEJAM
A REDACAO E A ADMINISTRACAO DE PR

— 522 —
PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
Ano XVI — N« 192 — Dezembro de 1975

Nos días atuais:

cultura de massa
Em sintese: A socledade de massa (em que as pessoas s§o, multas
vezes, reduztdas á categoría de números e plóes) é bafejada pela cultura
de massa, que os "mass media" (melos de comunicagSo de massa) difun-
dem até os mals distantes redutos da populacSo.

O artigo abaixo estuda as conseqüénclas dessa difusáo da cultura


na socledade de massa :

1) Deve-se reconhecer que a técnica moderna democratiza a cultura,


levando-a a todos os homens, que assim váo sendo Informados, postos em
contato com a música, o cinema, as artes plásticas, a literatura, etc. A
cultura é um inegável beneficio, a que todo ser humano tem direlto recc-
nhecido pela DeclaracSo Universal dos Direltos Humanos promulgada
pela ONU. '

2) Todavía a industrializado e a comerciallzacáo dos objetos de


arte, dos discos e cassetes, dos livros de bolso e das revistas sugere
serias ponderales:

A arte é um fim (nSo supremo); nfio é meio, nSo é algo de útil


("utilitario"), mas algo de sadlamente Inútil. Deve ser cultivada pelos
valores que ela oferece como tais e nao pelo lucro financelro que ela
possa proporcionar. Se, porém, é objeto de industria e comercio, vem a
ser subordinada a Interesses heterogéneos, que a ameacam de deteriora-
Sao e ruina; a arte passa a ser cultivada nSo segundo criterios de arte,
mas segundo os do comercio. A quantidade prejudica a qualidade. Em
particular, isto se verifica na Industria do livro: os grandes poetas e
escritores antes da invencáo da Imprensa (1450) nSo podlam viver da
pena; pratlcavam a arte por amor exclusivo á arte, ñas horas vagas.
Depols da InvencSo da Imprensa, Já pode haver escritores profisslonals;
estes devem produzir o que seja vendável... Daf o grande surto do
romance. Mesmo dentre os romances, dols tipos absorvem de maneira
singular a atencio do público: os pollciais e os eróticos. Aínda mata
vendáveis do que os romances s§o as revistas, as quais conservam alto
1BOPE á custa de pornografía e sensaclonalismo.

KOO
4 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

SSo estes fatos que despertam os estudiosos para a necessidade de


se promover urna cultura popular que, pelo fato de ser popular, neo delxe
de ser cultura.

Comentario: Vivemos urna época em que as populagóes


crescem continuamente, de modo a originar o que se chama
sociedade de massa. Massa, por si, diz algo de amorfo ou in
forme; sociedade de massa é, pois, aquela em que a multidáo
faz que o ser humano venha a ser reduzido as condigóes de
número ou peca de engrenagem.

Na sociedade de massa existem os meios de comunicacab


de massa ou «mass media»: sao meios capazes de fazer chegar
noticias, idéias, música, imagens aos mais distantes recantos
da sociedade; trata-se de imprensa escrita, radio, televisáo,
cinema...

Tais meios váo difundir cultura para as massas. Por «cul


tura» entendem-se os valores que resultam do cultivo da mente
humana: literatura, artes plásticas, visuais, sonoras, ciencia...
Essa cultura, quando adaptada ao alcance das mais diversas e
distantes populacóes, é dita «cultura de massa», a qual só é
possível se se tem recurso aos meios de industrializagáo e
comercializagáo. Multiplicam-se os produtos das artes, da lite
ratura, da ciencia (discos, fitas gravadas, gravuras, «ciencia
para todos»), de modo a fazer que a cultura já nao seja pri
vilegio de élite, mas atinja todos os homens na medida em que
disto sejam capazes.

O fenómeno da «cultura de massa» merece atengáo, pois é


algo de ambiguo.

Com efeito. Certamente a difusáo da cultura a todos os


membros da sociedade é algo de altamente desejável. Faz-se
mister que todos possam usufruir dos beneficios da cultura, a
que tém direito natural e legítimo, como lembra o art. XXVII
da Declaragáo Universal dos Direitos do Homem:

"Todo homem tem o direito de participar livremente da vida cultural


da comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico
e de seus beneficios. Todo homem tem direito á protegió dos Interesses
moráis e materlais decorrentes de qualquer produgfio científica, literaria
ou artística da qual seja autor."

— 524 —
CULTURA DE MASSA

Todo governo deve interessar-se seriamente por que todos


os seus subalternos sejam cada vez mais atingidos pelas enor
mes vantagens da cultura, que ajuda o homem a ser mais cons
ciente de si, mais responsável, mais homem.

Nota-se, porém, que, na realidade concreta, a cultura que


vai sendo difundida nem sempre é a melhor ou a auténtica cul
tura. A quantidade redunda por vezes em detrimento da qua-
lidade. Este fato nao é argumento decisivo para que se deixem
de propagar os valores culturáis ou nao se prossiga a democra-
tizagáo da cultura. Todavía sugere algumas reflexóes ou um
levantamento de fatos, que ajudem o leitor a procurar as linhas
de urna cultura popular que seja auténtica cultura.

Percorreremos tres setores ameacados de deterioracáo: a


literatura, a música e as artes plásticas.

1. Literatura de massa

1. Antes da invengáo da imprensa (1450), os escritos


eram difícilmente multiplicados, pois o trabalho de copia se
fazia á máo. Os livros didáticos eram os mais reproduzidos,
havendo para isto copistas profissionais, que vendiam perga-
minhos e manuscritos. Quando, por exemplo, no séc. XIV o
poeta Dante Alighieri morreu (t 1321), poucas pessoas podiam
ter acesso aos raros manuscritos da «Divina Comedia».

Os escritores escreviam entáo por amor ás letras ou para


cultivar a arte literaria. Eram geralmente pobres. Para viver,
deviam ter seu ganha-páo ou emprego; por conseguinte, só
podiam dedicar as horas de lazer ao cultivo das belas-letras.
Caso dedicassem o tempo integral á escrita, necessitavam de
um mecenas público ou particular que Ihes oferecesse os meios
de subsistencia. Nao podiam «viver da pena», pois a obra lite
raria nao era comerciável. A quem Ihes perguntasse qual a
recompensa que esperavam do seu trabalho, responderían!: o
prazer mesmo de escrever e cultivar as letras.

Dante Alighieri conheceu escritores utilitaristas, mas nega-


va-lhes o nome de «literatos»;

"Digo, para vsrgonha deles, que nfio lém direito a tal titulo, pois
nao procuram a cultura literaria por si mesma, mas para ganhar por ela

— 525 —
6 «PERPUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

honras ou dinheiro. Da mesma forma, nfio se deve chamar guitarrista


aquele que guarda urna guitarra em casa para alugá-la, sem jamáis tocar
com ela" (Convivio I 9).

Os escritores medievais podiam fazer uso desonesto ou


mau da sua pena, nunca, porém, uso comercial.

Isto quer dizer ainda que os escritores produziam obras


literarias, nao livros; apenas redigiam seus manuscritos, e
quigá com letra ilegível. A obra literaria é expressáo do espi
rito; é graciosa e nao tem prego.

2. Com a invengáo da imprensa (1450), tal realidade


foi-se modificando cada vez mais.

Os manuscritos puderam (e podem) ser multiplicados; por


conseguinte, sao comerciáveis sob forma de livros ou revistas.
Instituiram-se a industria e o comercio do livro e do periódico.
Ora todo comercio visa naturalmente ao lucro.

Em conseqüéncia, as obras literarias, que por si sao


orientadas apenas ao cultivo da arte sem ulterior objetivo (a
arte é por si mesma um fim, embora nao o fim supremo), tor-
naram-se meio,... meio útil a fins comerciáis e lucrativos. O
interesse utilitario comegou em muitos casos a prevalecer so
bre o artístico; os criterios da produgáo deixaram entáo de ser
criterios de arte literaria, pois os interesses financeiros foram
orientando a produgáo escrita.

Deste fenómeno seguem-se importantes conseqüéncias:

1) Após a descoberta da imprensa, o escritor pode tor-


nar-se «homem de negocios» ou vendedor de seus próprios li
vros ou artigos, desde que estes tenham um oaráter (conteúdo
e forma literaria) vendável. Isto expóe o escritor contempo
ráneo a «tentagóes» que os antigos nao conheciam: os escri
tores tém que produzir obras pelas quais os editores se inte-
ressem e que o grande público queira comprar, a menos que o
próprio autor deseje editar as suas custas (o que é difícil e
raro). Os escritores precisam dos editores e do servigo que o
capital destes lhes presta. Os editores, por sua vez, precisam
da pena «bem sucedida e aplaudida» dos escritores de nomeada.

Nao há dúvida de que sempre houve e há os escritores


que escrevem únicamente por amor á arte; o cultor das belas
letms acaricia as suas obras como tais, sem preocupagóes lucra-

— 526 —
CULTURA DE MASSA

tivas; basta lembrar os nomes de Goethe, Baudelaire, Murilo


Mendes... Existem, porém, escritores talentosos que desejam
explorar as oportunidades que lhes sao oferecidas pela comer-
cializacáo de suas obras; a literatura torna-se para eles urna
profissáo, que lhes pode mesmo oferecer carreira. Isto em si
nao é desonesto, mas pode redundar em detrimento para a qua-
lidade das obras produzidas, pois esta flutuará de acordó com
a receptividade que encontrarcm. O escritor profissional nao
é suficientemente livre para produzir suas obras e seguir as
inspiracóes da genialidade; na verdade, tem necessidade de
escrever constantemente, pois, se nao o fizer, seus emolumen
tos baixaráo e seu nome se empalidecerá na memoria do pú
blico. É mesmo obrigado a conceber a sua producáo de modo
a lhe assegurar a mais ampia difusáo possível.

2) Constituiu-se também a grande industria das edicóes.


Estas tém a frente empresarios, que compram as obras lite
rarias (os direitos autorais) pava transformá-las em livros e
vendé-las de maneira lucrativa (quem investe capital, tem o
direito natural de tirar daí o lucro correspondente).

A industria do livro deu origem ao «copy-right», que vem


a ser fonte de lucro (nao há dúvida, justificado), e á expres-
sáo «best-seller»; existem autores cujos livros tém saída e
sucesso garantidos. Mais: se há comercio, há entre os editores
concorréncia; cada qual procura vender mais e em condigóes
que atraiam o público. Conseqüentemente, entram em agáo as
técnicas da publicidade, que procuram induzir á compra de ma
neira insinuante. O público poderá assim ser persuadido de que
o livro A, B ou C é o mais completo e atualizado sobre deter
minado assunto; os leitores talvez venham, em conseqüéncia,
a assimilar (total ou parcialmente) urna filosofía, que nao lhes
terá sido apresentada por motivos filosóficos, mas, sim, por
motivos eeonómico-financeiros.

3. A comercializagáo provocou o desenvolvimento ex


traordinario de determinado género de literatura, que é o
romance.

Na literatura clássica greco-romana, o romance em prosa


ocupava lugar apagado; certos grandes poemas, como a Ilíada
e a Odisséia, podiam ter elementos de romance. Na Idade Me
dia, algumas poesías épicas foram transferidas para a prosa,
dando origem a romances correspondentes. Todavía a poesía

— 527 —
8 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

era a fonte do romance, e nao vice-versa. — No séc. XVII os


romancistas já nao eram raros, mas, frente ao número de poe
tas e oradores, tinham pouco significado. O séc. XVIII conhe-
ceu obras-primas no género do romance, mas ainda empalideci
das pelo vulto das outras formas literarias. Contudo, a partir
dos inicios do séc. XIX na Europa inteira os grandes romancis
tas passam a ocupar posicáo de frente no cenário da litera
tura: Balzac na Franca, Manzoni na Italia, Dickens na Ingla
terra, Tolstoi na Rússia encabecam escolas memoráveis...
Hoje em dia verifica-se a primazia numérica do romance na
literatura dos países ocidentais.

Estes países sao, ao mesmo tempo, os mais industrializa


dos. Ora os dois fenómenos se associam bem. A industrializa-
gáo tende a produzir artigos vendáveis; ora o único tipo de
livro que possa ser vendido a leitores de todas as categorías
sociais (desde que estejam alfabetizados), é o romance. Há pes-
soas que quase so se interessam por romances; todavía mesmo
os homens mais estudiosos sao capazes de ler um bom romance
a título de higiene mental nos períodos de lazer. O filósofo
A. N. Whitehead gostava de ler romances policiais, embora
fosse um grande lógico: comecava sempre pelo final do livro;
depois voltava-se para o principio, a fim de ver como o autor
havia preparado o desenlace do enredo.

Assim o romance, outrora desprezado pelos escritores que


procuravam cultivar as letras, oferece hoje a solugáo de um
problema complexo, a saber: qual o género de livro que encon
trará o maior número de leitores e que, por conseguinte, se
poderá editar com grande tiragem sem risco de encalhe e que,
justamente por causa de sua grande tiragem, poderá ser ven
dido a preco módico? O único género literario que preeneha
estas condigóes, é o romance.

As estatísticas comprovam a grande tiragem dos roman


ces. Procurando catalogar os «best-sellers» de cada quinzena
ou cada mes, os periódicos costumam distribui-los em duas
categorías: livros de ficcáo, livros de nao ficcáo. Isto quer
dizer que, aos olhos do observador, o romance encontra no
mercado urna acolhida táo considerável quanto o resto da pro-
ducáo literaria do país: 50% dos interesses sao para a ficcáo
e 50% para a nao ficcáo. Mesmo na categoría de nao ficcáo
os livros recenseados costumam ser livros de historia, crónicas
e memorias, cuja leitura é atraente e suave. Ao lado das duas

— 528 —
CULTURA DE MASSA

categorías mencionadas, os jomáis apresentam também a co


luna dos livros recomendados pelo periódico: trata-se de livros
menos vendáveis, que o jornalista deseja promover por moti
vos a seu criterio. Tenha-se em vista, por exemplo, o «Jornal
do Brasil», em seu quinzenal «Suplemento do Livro», onde se
descobrem sempre as colunas assim intituladas: «Os mais ven
didos (no Rio, em Sao Paulo... no estrangeiro): Ficgáo...,
Nao ficcáo» e «Sugestóes JB».

Nao raro acontece que as editoras só consigam assumir o


«risco» de edicóes de poesía, ciencia e técnica, porque se apoiam
na venda de romances, que lhes dáo garantía financeira.

Nao há dúvida de que no Brasil muitas editoras conse-


guem equilibrar seu orgamento e desenvolver-se pelo fato de
venderem livros escolares ou didáticos (estes tém sempre um
público garantido) ou — caso mais raro — a Biblia e os livros
litúrgicos (Missal, Rituais...) da Igreja Católica.

4. Mesmo o romance se tem adaptado a criterios de


comercializagáo. Há temas que mais interessam ao grande pú
blico. Um dos mais caros é o tema policial, de modo que os
romances policiais podem chegar a ter voga internacional; os
seus autores por vezes sao famosos em todo o Ocidente; alias,
há escritores que só se dedicam a tal tipo de literatura.

Outro tema que se propaga extraordinariamente, é o eró


tico, que enche cada vez mais os mercados, de sorte a provocar
brutal onda de pornografía. Sempre houve escritores de ero
tismo; todavía constituiam excecóes, e suas obras eram guar
dadas no chamado «inferno» das bibliotecas, donde só saiam
mediante cautelas da administragáo respectiva. Hoje o ero
tismo é afixado sob forma de livros, revistas, cartazes ñas
bancas e ñas paredes das rúas; cada autor se esmera por ser
mais requintado do que seus predecessores nesse género de
literatura. Os escritores e editores sabem com certeza que
todo livro condenado pelas autoridades civis ou religiosas é,
sem dúvida, um livro que se esgota sem dificuldade e com
rapidez.

5. Ainda mais procurada do que o livro é a revista,


principalmente a revista ilustrada que faz a crónica de cada
semana. Esta é esencialmente dependente do IBOPE e dos
criterios do grande público, pois muita gente, ainda que nao

— 529 —
10 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

costume ler, nao recusa folhear urna revista ilustrada numa


sala de espera, na antecámara do médico, do dentista, do
oculista, numa cadeira de repouso, etc.

Na falta de outros dados numéricos, nao nos furtamos a


mencionar ao menos o seguinte: em 1964, foram vendidos
nos EE.UU. quatro bilhóes de revistas e (apenas!) 365 mi-
lhóes de livros de bolso (que sao os mais populares). A des-
proporcáo, estridente como é, repete-se anualmente em todos
os- países do mundo, com variantes de pouca significacáo.

Em suma, estáo assim enumerados alguns dos graves peri-


gos que ameagam atualmente as letras. A multiplicacáo da
literatura mediante a imprensa é certamente um enorme bene
ficio para a cultura. Todavía sobrevieram males a esse bene
ficio; o útil ou «utilitario» resultante da industrializacáo ameaca
o aspecto honesto e o agradável da literatura, de sorte que
esta, para ser mais e mais útil a interesses económicos, é cada
vez menos honesta, bela e moralmente boa. Todavía pode-se
crer que, ao lado da literatura decadente subordinada a inten-
cóes lucrativas, haverá sempre as obras literarias cultivadas
pelo amor á própria arte, sem dependencia de fim ulterior.

Passemos agora a outro ítem.

2. Música e sociedade de massa

Estamos na época em que também a experiencia musical é


industrializada. Isto se tornou possivel mediante duas importan
tes invengóes: a do fonógrafo em 1877, devido a Thomas Alva
Edison (1847-1931) e a da telegrafía sem fio, da autoría do
físico Eduardo Branly (1874-1940) e do engenheiro Guglielmo
Marconi (1874-1937). Nenhuma destas duas invengóes se des-
tinava originariamente a difundir a música, mas, sim, a voz
humana e os sons em geral. A faculdade de conservar e repro-
duzir a palavra humana teria conseqüéndas de enorme alcance
na historia da civilizacáo: conversas, discursos, aulas, fenóme
nos políticos e sociais seriam assim registrados para as gera-
cóes vindouras (tenha-se em vista o Museu da Imagem e do
Som no Rio de Janeiro). Embora a qualidade do som gravado
possa sofrer alteracóes, o fato de se ter perenemente o con-
teúdo da palavra outrora proferida se torna fonte inestimável
de documentacáo.

— 530 —
CULTURA DE MASSA 11

Fez-se a extensáo do uso das novas invengóes ao setor da


música, mediante gramofones, eletrolas, toca-discos, gravado-
res, fitas «cassete», discos, etc. Os aparelhos musicais nao
fazem a música, mas supóem-na já feita e a transmitem.

Esta nova realidade é portadora de importantes conse-


qüéncias:

1) A multiplicacáo das reprodugóes musicais se tornou


possível. Ora isto é inegavelmente vantajoso sob varios aspec
tos: a música é levada ao alcance de todos, principalmente dos
que a ela nao tém fácil acesso (enfermos, anciáos, pobres).
Numerosas pessoas que nao podem ir a um concertó, recebem
assim o concertó em sua casa, e recebem-no a qualquer hora.
Constituiram-se discotecas, que oferecem notáveis experiencias
musicais a quem as procure.

A conjugacáo do fonógrafo e da rádio-emissora, visando


á difusáo da música de discos e fitas, veio dar novo significado
ao fenómeno. Com efeito,

2) Verifica-se em certos casos urna inflagio da experien


cia musical. Há rádio-emissoras que ficam vinte e quatro horas
por dia no ar durante o ano inteiro. Isto significa 8.760 horas
de radiofonía e talvez mais de 6.000 horas de música por ano.
Tal carga já nao permite selecionar devidamente discos e fitas
nem proceder a urna critica construtiva dos mesmos. A quan-
tidade prejudica a qualidade. Tendo esgotado os seus recursos
de criatividade e talvez mesmo para popularizar mais aínda os
seus programas, certas emissoras dirigem-se aos ouvintes, per-
guntando-lhes quais as músicas que desejariam ouvir: em res-
posta, os rádio-ouvintes pedem a cancáo tal ou tal para um(a)
namorado(a), tal outra can<;áo para um irmáo ou urna irmá
aniversariante; é por meio de cartas e telefonemas que se faz
tal intercambio. Os produtores de discos sao, por vezes, cha
mados a participar, pois os seus interesses comerciáis e pro-
fissionais se podem beneficiar desse diálogo com os ouvintes.

Tais fatos nao podem deixar de suscitar no público assim


atingido urna «saturaqáo musical:»; em nao poucas pessoas
chega a produzir aversáo para com a música «enlatada». Em
caso de necessidade, qualquer disco pode servir de «tapa-
-buraco» em programa de radio que precise de encher o seu
tempo.

Note-se ainda o seguinte:

— 531 —
12 «PERGUNTE E RESP0NDEREMOS> 192/1975

3) O emprego da técnica pode influir na qualidade da


música transmitida. Com efeito, a realidade da música como
tal e a sua imagem sonora nao sao a mesma coisa. Nenhum
microfone é sensivel a totalidade dos sons que o ouvido humano
percebe: a «orelha elétrica» (o microfone) comporta-se de ma-
neira bem diversa da orelha fisiológica. Os sons de orquestra
nao sao exatamente os sons do fonógrafo. A aparelhagem téc
nica deixa que se percam muitas das vibragóes da voz ou do
instrumento musical, principalmente as mais agudas.

Mais: numa gravagáo ou numa transmissáo radiofónica,


as variagóes de intensidade dos sons merecem atengáo. É pre
ciso que o operador técnico tempere os volumes; diminua os
«forte» e reforcé os «pianissimo» para que a emissáo sonora
se adapte as possibilidades do ouvido.

A fim de evitar as adaptagóes necessárias á radiofonía, já


se compóem pegas musicais justamente em vista da sua grava-
cáo e sua radiodifusáo; assim a experiencia musical proporcio
nada pela técnica condiciona a própria producáo musical ou a
arte. Dá-se entáo o que se daría, se o romancista escrevesse
diretamente em vista da filmagem e da cinematografía... A
música composta para o microfone e a fita magnética é sem-
pre diferente daquela que se poderia ouvir sem a mediagáo
desses instrumentos.

Também se deve registrar um fenómeno que ocorre no


íntimo dos ouvintes:

4) A atitude musical do público varia de acordó com o


ambiente em que se acha: sala de concertó ou residencia.

Num teatro ou num auditorio, o público presente se acha


serio e compenetrado. Deslocou-se de casa precisamente para
fruir com respeito e quase fervor religioso os valores de urna
bela representagáo musical. É aproximadamente isto que se dá
também numa igreja.

Em casa o ambiente é geralmente outro, a menos que o


ouvinte more sozinho: familiares, visitas, telefonemas inter-
rompem e distraem aquele(s) que goste(m) de ouvir música.
Mesmo que esteja só, o ouvinte nao presta á música a mesma
atengáo que ttie prestaría em sala de concertó: goza da liber-
dade de se mexer, de se levantar e se locomover sem incomo
dar a outros!...

— 532 —
CULTURA DE MASSA 13

Mais: a música é urna arte essencialmente social, pois im


plica relafioes pessoais de sujeito a sujeito. O som musical per-
cebido diretamente da sua fonte natural (o artista) comunica
um pouco da vida desse artista: assim o violáo participa da
agilidade e sensibilidade dos dedos e da pessoa do violonista;
o piano traduz nao so o toque do pianista, mas também a per-
sonalidade toda que passa pelos dedos do mesmo; o som da
trombeta tem um pouco do sopro de vida do autor respec
tivo... A voz é evidentemente ainda o (a) próprio(a) can
tor (a). Por isto é que se aplaude um músico ou um cantor
quando termina a sua apresentagáo artística... Ao passo que
— coisa estranha! — nao se aplaude a audicáo radiofónica! É
que esta so transmite a música sem por em contato direto
com o músico.

Em conseqüéncia, diz-se que a experiencia musical por


excelencia é a que se realiza em concertó. A primeira vista,
poder-se-ia crer que é inútil deslocar-se para ouvir música em
urna sala de concertó, visto que a música pode ser levada até
a casa do ouvinte sem que este se incomode. Contudo seria
erróneo pensar assim. Todo concertó obedece a um cerimo-
nial que beneficia a todos quantos dele participam: a sala, por
exemplo, se vai enchendo, aos poucos, de centenas de ouvintes,
que nao se conhecem uns aos outros, mas que sao atraídos
pelo mesmo ideal; os componentes da orquestra entram, por
sua vez, um por um, cada qual trazendo seu instrumento (na
medida do possível); após breve pausa, entra o homem por
tentoso ou mágico que é o chefe da orquestra; as vezes este
vai apertar a máo do violáo-solo, o concertmaster, saudando
por meio deste toda a orquestra e afirmando a sua dispo-
sicáo de se unir a esta no amor comum á beleza, que todos
querem dar á luz. Nao raro o regente é aplaudido pela pla-
téia e retribuí a esta, professando o seu firme compromisso de
corresponder-lhe.

Urna vez iniciado o concertó, todos sentem que se vai for


mando urna assembléia ou um novo povo. E com razáo...
Perguntava S. Agostando o que é um povo senáo urna assem
bléia de pessoas unidas entre si pelo amor comum de um
mesmo bem... Na verdade, urna sala de concertó é o lugar
em que nasce um povo unido pelo amor da mesma beleza.
Quando cessa a música, esse povo se dispersa, mas nutre em
si a expectativa do próximo encontró musical, que cada um
dos participantes já vai antegozando.

— 533 —
14 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

Admitamos agora que se substituam os músicos por um


aparelho sonoro... A música se produzirá, sem dúvida; mas
a experiencia estética já nao será a mesma. A experiencia mu
sical, que é essencialmente humana e social, ter-se-á dessocia
lizado, desumanizado... Por isto se tem dito que a privati-
zacáo da experiencia musical é um dos resultados (paradoxal,
sim, mas inevitável) da coletivizagáo pelos meios de comunica-
gáo de massa. O ouvinte em casa, junto ao seu radio ou ao
televisor, é mais passivo do que participante.

Observe-se ainda que, nao raro, os discos e as gravagóes


nos fazem ouvir unidades ou conjuntos que nunca existiram
senáo na fita. Sim; pode acontecer que as diversas partes da
melodia ou do programa sejam gravadas sucessivamente em
horas e dias diversos, para depois se fazer a montagem respec
tiva. Se um(a) cantor (a) nao se senté em forma no dia da
gravacáo, isto nem sempre é decisivo, pois o (a) mesmo{a)
poderá executar a sua parte em outro dia, até na ausencia das
pessoas com quem ela será apresentada ao público. O opera
dor técnico encarregado da montagem dá o toque final; pro
cede á justaposicáo e harmonizacáo das partes: emenda e
remenda aquí, faz a «cirurgia plástica» da pega acola, corta
alhures...; controla o volume de som de cada instrumento;
corrige e adapta as partes gravadas, de modo a obter um
efeito de conjunto que lhe satisfaga. Tem-se entáo a «música
enlatada»!

Digamos agora sumariamente algo sobre

3. Arfes plásticas e cultura de massa

O que se observou no tocante á literatura e á música, apli-


ca-se outrossim a esta outra expressáo da cultura que sao as
artes plásticas.

Em poucas palavras, podem-se registrar os seguintes dados:

1. O que a máo humana produz de artístico, é obra de


arte ou artescuiato. Cada obra traz a marca «viva» do seu
autor; colorido, proporcóes, temas retratam o ideal e os senti-
mentos do artista.

O que a máquina produz, é objeto de arte, e nao obra de


arte. É objeto de fabricaeáo em serie, e nao de artesanato.

— 534 —.
CULTURA DE MASSA 15

Depende de forma adeguada, na qual se coloca massa ou gesso


(se nao sé quiser materia mais valiosa).

2. O artesanato visa á estética e a arte como tais. Pode


ser lucrativo; mas, antes do mais, é estético. Quem o quer
industrializar, já nao trabalha á máo; recorre á máquina.

A fabricacáo em serie, sim, visa á utilidade e ao lucro.


Este objetivo nao exdui a estética, mas pode fazer-lhe concor-
réncia nociva. Com efeito, entende-se que as coisas úteis sejam
belas ou tenham sua estética; assim urna casa pode ser fun
cional e, ao mesmo tempo, bela; o mesmo se diga de urna má
quina datilográfica, de um carro, de urna cañeta... As coisas
úteis aumentam de valor quando sao belas; vendem-se fácil
mente, ao passo que artigos feios se vendem menos. — O in
verso, porém, nao se dá: se urna obra de arte é destinada a
ser útil ou lucrativa, geralmente desvirtua-se. A estética e a
arte sao fíns, nao meios; nao podem estar subordinadas a fim
ulterior; se sao subordinadas ao lucro, já nao sao livres, nem
seguem os criterios da arte, mas, sim, os do comercio. Urna
obra de arte é táo somente obra de arte; se presta algum ser-
vico, como o de tapar um buraco numa parede, isto Ihe é
acidental.

Estas ponderagóes projetam luz sobre a industrializacáo


das obras de arte (estatuetas, esculturas...), que se verifica
na sodedade de massa. Pode-se perguntar se aínda é obra de
arte o que as vezes se vende com este nome; a qualidade e a
autenticidade podem perder-se em favor da quantidade e do
lucro.

4. Conclusóo

Sao estas algumas evidentes conseqüéndas do uso da téc


nica na difusáo da cultura. Nao dá dúvida de que o emprego
dos recursos modernos é altamente valioso e útil; permite a
democratizacáo dos bens da cultura, a instrucáo e a informa-
gáo facéis, a comunicacáo rápida de muitos homens e grupos
distanciados uns dos outros.

Todavía o recurso aos meios mecánicos exige atencáo e


cautelas para que nao venha a desfigurar valores humanos e
o próprio homem. Com efeito:

— 535 —
16 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

— a utilidade lucrativa possibilitada pela técnica pode en


trar em conflito com a inutilidade da arte como tal; a arte
(literatura, música, pintura, escultura) é «algo mais» de inú
til, nao lucrativo, mas gratuito. Caso se subordine a arte ao
lucro, tem-se urna inversáo da escala de valores, que redunda
em ruina da própria arte;

— a máquina pode substituir o homem em certas facetas


das atividades deste (nao o substituí por completo, é claro). É
mais produtiva, mais rápida, mais certeira do que o homem
em muitos casos. Todavía o homem ocupa lugar único na pro-
dugáo da arte; esta é linguagem e expressáo que nao tem
sujeito mais adequado do que o próprio autor ao vivo. Por
isto é necessário nao se permita que a mediagáo da máquina
provoque o distanciamento dos artistas em relagáo ao público;
este precisa de permanecer em contato constante com os autén
ticos cultores dos valores artísticos.

Bibliografía:

E. Gilson, "La société de masse et sa culture". París 1967.

B. Rosenberg e D. Manning Whlte, "Cultura de massa". Ed Cultrlx,


Sao Paulo 1973.

Th. Roszak, "A contracultura". Ed. Vozes, Petrópolls 1972 {2? ed.).

Fl. Pr. Rlchtmann, "O sentido da cultura crista". Ed. Herder, Sao
Paulo 1968.

H. Dreyfus, "O que os computadores nSo podem fazer. Critica da


razáo artificial". Casa do Livro Eldorado S. A., Rio de Janeiro 1975.

A. Toffter, "O choque do futuro". Ed. Artenova, Rio de Janeiro 1973.

Laloup-Nélis, "Cultura e civilizado". Ed. Herder, Sao Paulo 1966.

Laloup-Nélis, "Homens e máquinas". Ed. Herder, SSo Paulo 1965.

Laloup-Nélls, "A comunldade dos homens". Ed. Herder, SSo Paulo 1965.

— 536 —
Um livro polémico:

"pedro nunca foi papa"

Em 8fntese: Este artigo considera os escritos do pastor Anfbal


Pereira dos Reís e, de modo especial, o que tem o titulo ácima. Esse
autor tem-se voltado contra a Igreja Católica, da qual fol fllho, com lln-
guagem satírica e passlonal, deixando seus leltores na Incerteza da dúvlda.
Sofismas e imprecisñes revestidos de aparato de erudlcfio sfio numerosos
em seus escritos. Ademáis o pastor Anfbal no ano de 1972 fol denun
ciado (com real fundamento) como autor de carta falsamente atribuida a
D. Agnelo Rossi, Cardeal-Prefelto da S. Congregacáo para a Evangeli
zado dos Povos em Roma; essa carta forjada tecla os mals calorosos
elogios ao Or. Aníbal Pereira dos Reís e "admoestava" o Cardeal Ams a
contrapor-se á sua acflo de pregador batista. Ora a fraude e a mentira
nunca foram Instrumentos de auténtico ministro do Reino de Cristo, que
é um reino de verdade, slnceridade e amor.

Eis por que julgamos necessárlo atender a pedido de leitores de PR


desejosos de esclareclmento a respelto do pastor Anfbal e suas obras.

Comentario: De vez em quando PR recebe de seus leito


res a solicitagáo de refutar os escritos do pastor Aníbal Pe
reira dos Reis, que, em nome da crenca batista, vem atacando
em baixo tom a Igreja Católica, o Papado, a Virgem María, o
ecumenismo e outros temas caros aos fiéis católicos. Nossa
revista tem evitado responder as agressoes do mencionado
escritor, pois a polémica é, nao raro, desedificante. Contudo o
autor — pastor batista que faz questáo de dizer que é «ex-
-padre» católico — tem atingido o extremo da violencia em
sua linguagem; além do que, argumenta com sofismas, dei
xando os leitores por vezes na incerteza da dúvida. Eis por
que nao nos furtaremos, nestas páginas, a algumas considera-
góes sobre o livro «Pedro nunca foi Papa». Nao tencionamos
escrever-lhe a réplica ponto por ponto, pois isto exigiría varios
capítulos de urna obra; limitar-nos-emos a ponderacóes que
parecem incisivas para se poderem avaliar as idéias apregoa-
das pelo pastor Aníbal Pereira dos Reis.

— 537 —
J18 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

1. O autor

É desagradável tecer consideragóes desfavoráveis a deter


minada pessoa. Nem é da praxe de PR fazé-lo. Todavía o
caso presente exige que se diga ao menos algo do que con
cerne ao pastor Aníbal.

Trata-se de um ex-padre que se fez batista em 1965 e, de


entáo para cá, se tornou violento adversario da Igreja Cató
lica, combatendo-a através de escritos e pregagóes.

Nao comentamos o fato de que o pastor Aníbal agrida


aquela Igreja em que renasceu pelo S. Batismo, estudou e foi
ordenado ministro de Jesús Cristo... Há, porém, modos diver
sos de se opor a alguém ou a alguma instituigáo. Com efeito,
existe a polémica digna, científica, que, por vezes, pode hon
rar a quem a conduz. Mas também epdste a polémica que,
obcecada pela paixáo, nao recusa a falsificagáo, a mentira, a
calúnia, a sátira, e as injurias. Ora tal é o modo como o pas
tor Aníbal se volta contra a sua Santa Igreja; é profundamente
passional e obsessivo, de tal modo que já forjou documento
falso (que ainda ousou defender como legitimo, depois de com-
provada a sua falsidade); além disto, usa linguagem da mais
incisiva agressividade.

Tenha-se em vista, com efeito, a pseudo-carta publicada


pelo «Jornal Batista» de 19 a 23 de Janeiro de 1972 a pedido
do pastor Aníbal: seria urna missiva dirigida pelo Cardeal
D. Agnelo Rossi, hoje Prefeito da S. Congregagáo para a Evan-
gelizacáo dos Povos em Roma, ao Cardeal D. Paulo Evaristo
Arns, arcebispo de Sao Paulo; nesse texto, aquele prelado
admoesta o arcebispo de Sao Paulo a que se acautele contra
a acáo «missionária» do pastor Aníbal Pereira dos Reis; este
seria «um dos sacerdotes mais cultos do Brasil», dotado de
«enorme capacidade de trabalho». Diz mais o texto dessa
pseudo-carta:

"Os seus livros, além de suas pregacoes, vém causando enormes


diflculdades para os nossos planos al no Brasil... Se nos o perdemos, o
que fol enorme prejulzo, agora é necessérío barrar-lhe a Impetuosldade...
O padre Aníbal ó o sacerdote que atualmente mais causa preocupacdes a
Paulo VI. Mande-ma sempre noticias, bem como recortes Interessantes de
jomáis e revistas."

Essa pretensa carta, em última análise, constituí urna


«louvagáo» á pessoa do pastor Aníbal dos Reis e urna reco-

— 538 —
«PEDRO NUNCA FOI PAPA!» 19

mendacáo publicitaria e comercial dos livros do mesmo; o pas


tor quis fazer sua promocáo própria e angariar novos lucros
para si, além de desfigurar a S. Igreja Católica. Alias, o
Sr. Aníbal nao perde ocasiáo de fazer elogios e publicidade de
suas obras em capas de livros, roda-pés, cantos de página dos
escritos que ele possa atingir. Como se vé, em Janeiro 1972
chegou mesmo a forjar um documento ameacador, de lingua-
gem vulgar, atribuindo-o a uma figura eminente da Igreja Ca
tólica, ou seja, ao Cardeal Rossi.

E como se prova que forjou?

O Cardeal D. Agnelo Rossi, em Roma, sabedor da fraude,


escreveu para «O Jornal Batista» um artigo aeompanhado de
missiva datada de 05/2/1972, em que denunciava a falsidade
do dito documento e pedia fosse essa denuncia publicada com
o mesmo destaque e no mesmo local do «O Jornal Batisa»
conforme a ética profissional.

Eis o teor do artigo de D. Agnelo Rossi, conforme foi


publicado pelo «O Jornal Batista» de 5 de margo de 1972, p. 1:

GROSSEIRA FALSIFICADO DE DOCUMENTO DA CURIA ROMANA

•OO Jornal
,n'rnl?1U^T^e
Balista1 (19 a ie,mwbr°U"se.
23 de Janeiroal9uém de ano
de 1972, me LXXII,
envIarn?° 4),exemplar de
que coloca
em destaque na primeira página sob o titulo 'A hierarqula católica quer
liquidar o ex-padre Aníbal?" um documento da S. Congregado dé Propa
ganda Fide, com minha asslnatura. Terla eu enviado urna carta a Dom
Paulo Evaristo Arns em 12 de novembro de 1971, em que, além de des™
bldos elogios ao padre Aníbal Pereira dos Reís, hoje pregador batista
reconhecerla nele 'o hereje mais em evidencia no Brasil" e depols de ter
auscultado as preocupacóes do S. Padre sobre o caso, terla sugerido á
Conferencia Nacional dos BIspos do Brasil (CNBB) que "se estudem medi
das adequadas'... 'para desmoralizar" Aníbal e "barrar-lhe a impetuosldade'
Comentando a sibilina carta, 'O Jornal Batista" pontifica: 'Roma é sempre
a mesma1.

Evidentemente cal das nuvens... simplesmente porque a carta é


apócrifa e o documento é grosselramente falsificado. Espero, portanto
que, de acordó com a ética profissional jornallstica. 'O Jornal Batista1,
com o mesmo destaque, reproduza a devida retratacfio, se nSo qulser ser
cómplice de crlme contra a verdade e a justfca.

Poderla dlssertar longamente sobre o assunto : procurarel entretanto


ser breve na Justificacio da minha assertlva, sem descer a comentarlo
¿obre a Indigna manobra e suas desabonadoras conseqüéncias.
É apócrifa a carta. A Dom Paulo, meu sucessor, escrevo geralmente
á mfio (parece-me mais familiar e minha letra é leg(vel), mas sempre com
algum calor, que traduz meu afeto e apreso a ele e á Arquidlocese de

— 539 —
20 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

SSo Paulo. Naquele 12 de novembro, alias, esteva multo ocupado com o


Sínodo e, se qulsesse tratar de um assunto para a CNBB, tlnha aqui em
Roma, em pessoa, o seu Presidente Dom Alofslo Lorschelder, meu Intimo
amigo, e outros prelados brasileíros, delegados ao Sínodo. Com referencia
a CNBB, esclareco que nSo sou seu embalxador aquí em Roma nem Dom
Paulo é meu porta-voz junto á CNBB. Interesso-me naturalmente pela sorte
da Igreja na Brasil, mas nem substltuo, nem oriento a CNBB, nem sou o
porta-voz do Papa para o Brasil, pois nao de hoje existem cañáis com
petentes para tanto. Como prelado brasileiro, desojando sugerir algo a
CNBB, é obvio, recorro ao seu Presidente ou ao seu Secretario Geral. E,
aflnal, devo confessar que, se Aníbal Pereira dos Reis nao estlvesse agora
ligado a esta infeliz e deprimente manobra, talvez, se me lembrasse dele,
seria apenas para rezar por ele.

Afirmel que a falsificado do documento é grosseira. Forjaran) um


papel oficial, que nunca poderla existir em nossa Congregado. Pois o
escudo é do Papa Paulo VI e nSo da nossa CongregagSo. O titulo é ana
crónico, de antes do Vaticano II. O documento publicado nao é proto
colado, o que é absolutamente necessário para indicar sua antenticidade
e validade. NSo observa a praxe da Curia quanto ao modo de indicar o
destinatario e quanto á conclusáo. Reproduz urna assinatura minha, ante
rior ao meu candinalato e á minha indicasáo como Prefeito da S. Congre-
gacao para a Evangelizado dos Povos. Fotografou-se urna minha anterior
assinatura (sic: t Agnelo Rossi), quando hoje, nos documentos oficiáis,
assino, gracas á universldade de minha missSo na Igreja, sem a cruz ante-
cedendo meu nome, com estes dlzeres: Agnelo Card. Rossl, Pref. Coloca'
ram a tal assinatura abaixo de urna carta que, pelo estilo e conteúdo, nunca
poderla escrever. Infeliz manobra I

Porque nada se constrói de bom sobre a falsidade e a mentira... e


porque ainda creio que a diregSo de 'O Jornal Batista' tenha sido Judi-
briada em boa fé, quanto ao documento, ouso esperar o conseqüente e
nobilitante gesto de retratado de um jornal que se preza ser órgáo oficia)
da ConvencSo Batista Brasileira.

Cardeal Agnelo Rossi


Roma, 5-2-1972"

A carta que acompanhava tal artigo, era a seguinte:

SACRA CONGREGATIO

PRO GENTIUM EVANQELIZATIONE Roma, 7-2-72

SEU DE PROPAGANDA FIDE

"A 'O Jornal Batista1

Tendo 'O Jornal Batista' publicado, em destaque, na prlmelra página,


um documento falso de nossa CongregacSo, com assinatura minha, reti
rada de qualquer outro documento antes de minha elevacfio ao cardlna-
lato, espero que, de acordó com a ética jornallstica, publique, com o
mesmo destaque e no mesmo local, a retrata;fio anexa.

— 540 —
«PEDRO NUNCA FOI PAPA!» 21

NSo Ihe fago pedido oficial, formalizado peta S. Congregado para a


Evangelizado dos Povos ou enderecado ao Ministerio da Justlca do Brasil,
mas confio na Usura e na serledade de 'O Jornal Batista'. Atenclosamente

Agnelo Card. Rossi"

Em poucas palavras, eis o que estes documentos querem


dizer: alguém (o próprio pastor Aníbal dos Reís) tomou o cabe-
galho de urna antiga folha de papel de oarta da Congregacáo
para a Propaganda da Fé (que em 1972 já se chamava «Con
gregacáo para a Evangelizagáo dos Povos»); esse cabecalho
terá sido tirado de um documento qualquer da Congregacáo
emanado antes de 1972 e encontrado pelo pastor Aníbal. A
guisa de armas, colocou, ao lado da rubrica, as armas de
Paulo VI (que nao figuram em papel das Congregacóes Ro
manas); colocou todo esse cabegalho em folha de papel-carta
comum; ai bateu á máquina a pretensa missiva do Cardeal
Rossi ao Cardeal Arns e no fim colocou urna assinatura (en
contrada em seus arquivos) de D. Agnelo Rossi quando era
arcebispo de Ribeiráo Preto (t Agnelo Rossi, e nao Agnelo
Card Rossi); pediu ao tabeliáo o reconhecimento dessa firma,
reconhecimento que foi dado, pois D. Agnelo Rossi realmente
assinava f Agnelo Rossi quando estava em Ribeiráo Preto,
mas nunca assinaria f Agnelo Rossi quando Prefeito da Con
gregacáo para a Evangelizado dos Povos.

Ao ver a denuncia, o pastor Aníbal Pereira dos Reis insis-


tiu em defender a genuinidade da carta que forjara. Essa
apología saiu publicada no «O Jornal Batista» de 19 de marco
de 1972; finalmente apareceu também um libelo do pastor
Aníbal Pereira dos Reis intitulado «O Cardeal Agnelo Rossi
desmascara o ecumenismo», contendo todo o documentário res
pectivo. Quem leia essas páginas de defesa, verifica que abso
lutamente nada dizem de válido; contornam o problema; ofus-
cam o leitor incauto, mas deixam ficar a evidencia da fraude
que o pastor Aníbal quis legitimar.

Diante de tais fatos, de que a imprensa batista mesma se


tomou o porta-voz, pergunta-se: pode-se dizer que a mentira,
a falsidade e a fraude sao os instrumentos de auténtico minis
tro do Evangelho? Quem recorre a tais meios, aínda está pro
curando difundir realmente o Reino de Cristo ou está ser-
vindo a si mesmo, visando á sua autopromocáo e descarre-
gando azedumes pessoais sobre o grande público? O Evange-

— 541 —
22 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

Iho ensina a verdade e a caridade; guem deseja ser arauto do


mesmo, há de se distinguir pelo culto destes dois grandes valo
res cristáos.

Passemos agora a sumaria análise do tema abordado pelo


livro «Pedro nunca foi Papa! Nem o Papa é Vigário de
Cristo».

2. Alguns tópicos tío livro

O livro propóe, em meio a traeos autobiográficos de Aní


bal Pereira dos Reís (que tem um qué de teatral e emotivo; o
autor fala de si com freqüéncia e complacencia), a exegese de
textos bíblicos concernentes ao primado de Pedro no Evange-
lho; depois, analisa a Tradicáo da Igreja e dos Concilios refe
rente a tais textos. Deste exame de documentos tenta con
cluir que Jesús nao intencionou confiar a Pedro o governo de
sua Igreja e que, por conseguinte, também o Papa nao tem
jurisdigáo sobre a Igreja.

Comecemos por examinar o mais importante texto biblico


concernente ao assunto, que é o de Mt 16, 17-19.

2.1. Mt 16, 13-19

Eis o teor desta passagem:

"ia Chegou Jesús á regiSo de Cesaréis de Filipe e perguntou a seus


discípulos: 'Quem dizem os homens que ó o Fllho do homem ?'

" Eles responderam : 'Uns dizem que é Joáo Batista ; outros, Elias:
outros, Jeremías ou algum dos profetas'.

i: 'E vos, dlz-lhes Jesús, quem dlzeis que eu sou ?'

10 Tomando a palavra, Simáo Pedro disse: 'Vos sois o Cristo o


Filho do Oeus vivo'.

17 Em resposta, Jesús Ihe declarou: 'Bem-aventurado és, SimSo, filho


de Joñas, porque nao foi a carne e o sangue que te revelou Isto, mas sim
meu Pal que está no céu. ls Eu, por minha vez, te digo que tu és Pedro
e sobre essa pedra edificarel a minha Igreja e as portas do inferno nfio
prevalecerfio contra ela. >« E eu te darei as chaves do reino do céu. Tudo
que ligares sobre a térra, será ligado no céu, e tudo que desligares sobre
a térra, será desligado no céu'".

É nos versículos 17-19 que se encontra o ponto alto da


passagem transcrita. O exame lingüístico desses versículos

— 542 —
«PEDRO NUNCA FOI PAPA!> 23

revela a índole notavelmente arcaica ou semítica desses dize-


res, índole arcaica que faz crer, se trate de palavras do pro-
prio Cristo proferidas em ambiente palestinense. Com efeito,
levem-se em consideracáo os seguintes tópicos:

1) O ritmo estrófico: «Tu és o Cristo... Tu és Pedro...»

2) O macarismo (ou proclamafiáo de felicidade) «Feliz


és tu...», muito freqüente ñas Escrituras. Tenhanv-se em vista
as oito bem-aventurangas de Mt 5,3-11; Le 6,20-22, assim
como Le 10,23; ll,27s; 14,15... O livro dos Salmos apresenta
26 vezes a fórmula «Feliz é aquele que...»; o dos Proverbios,
oito vezes.

3) O apelativo «Simáo, filho de Joñas». Jesús chama o


discípulo por seu nome judeu completo, mencionando a res
pectiva filiagáo, como ocorre em Ls 1,1; Zc 1,1; Sf 1,1. Bar-
-Yona, no texto grego, parece ser a contragáo de Bar-Yohanna,
filho de Joáo.

4) A expressáo «carne e sangue» designa, em linguagem


semítica, a natureza humana com suas facilidades naturais;
cf. Eclo 14,18; Gl 1,16; Rm 7,5; ICor 15,15; Ef 6,12; Hb 2,14.

5) «O Pai que está nos céus» é outro semitismo. A afir-


macáo de Jesús a Pedro faz eco nítido a Mt 11,27: «Ninguém
conhece o Filho senáo o Pai».

6) A assonánda «Tu és Pedro, e sobre essa pedra...»


nao se entendería nem em latim (Petras, petra) nem em grego
(Pétros, pétra). Ela supóe o aramaico, lingua falada por Je
sús, em que o termo Kepha permanece invariável. Chama espe
cialmente a atensáo o fato de que nem o substantivo grego
Pétros nem o aramaico Kepha eram utilizados como nomes
próprios antes de Jesús. Foi o Senhor quem, num gesto iné
dito, mudou o nome de Simáo para Kepha (cf. Jo 1, 42; Me
3,16; Le 6,14); tal gesto inédito nao tena sentido se nao pre-
parasse o trocadilho e a promessa contados em Mt 16,17s.

O texto grego apresenta na primeira parte da frase Pétros


e na segunda pétra, o que bem se compreende, pois a forma
masculina Pétros (existente em grego) era mais adaptada a
designar o varáo do que a forma feminina pétra. Tanto Pétros
como pétra em grego significa pedra, com a difereñga, porém,

— 543 —
24 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

de que pétra significa rocha grande, ao passo que pétros se


refere a pedra que possa ser arremessada & máo livre. No
texto de Mt 16,18, como dito, o emprego sucessivo de Pétros
e pétra se deve á afinidade entre Pétros e o género masculino.

As mudancas de nome sao assaz freqüentes no Antigo


Testamento: indicam novo relacionamento entre a pessoa que
nomeia, e a que é nomeada; designam outrossim o encargo ou
a tarefa de quem recebe o nome. Sejam mencionados os casos
de Abraáo e Sara (cf. Gn 17,5-15), Jaco (cf. Gn 35,10), Josué
(cf. Nm 13,1.16), Eliacim (cf. 2Rs 23,34), Sedecias (cf. 2Rs
24,17). No caso do Apostólo, o significado do episodio é claro:
Simáo será a pedra fundamental ou a rocha inabalável sobre
a qual Jesús construirá a sua Igreja.

As expressóes «pedra fundamental» e «construir», em sen


tido figurado, sao bíblicas. O profeta Isaías (28,16) diz que
Javé coloca urna pedra fundamental em Siáo. Os rabinos,
apoiando-se em Is 51,ls, ensinavam que Abraáo era o funda
mento sobre o qual Deus construiría o mundo. — Nao há dú-
vida, Cristo fica sendo sempre o fundamento invisível da Igreja
(cf. ICor 3,10s; lPd 2,6-8; Ef 2,20); mas Pedro tornou-se o
fundamento visivel após a Ascensáo do Senhor.

7) A palavra «Igreja» vem do grego ekklesía, que na


linguagem profana significa urna cíonvocacáo do povo. No
texto bíblico grego dos LXX, corresponde aos vocábulos qahal
e edah, que designam a comunidade de Israel ou o povo de
Deus (cf. Dt 31,30; Jz 21,1; Pr 5,14). No Evangelho, vem a
ser o grupo de discípulos que Jesús reuniu e que haveriam de
ser o novo povo de Deus.

Precisamente a presenca do vocabulo «Igreja» em Mt 16,18


torna suspeita, para muitos críticos, esta passagem do Evange-
mo. Terá Jesús realmente falado de Igreja? Nao pregou Ele
o Reino de Deus, que haveria de por fim á historia e renovar
a face da térra?

— Nao há dúvída, Jesús anunciou a vinda do Reino (mal-


kouth) de Deus ou dos céus. Mas esse reino nao acarretaria
urna catástrofe iminente; ao contrario, haveria de se consti
tuir lentamente através dos sáculos; é o que insinuam certas
parábolas, como a do grao de mostarda, que comec.a pequeño
e se torna árvore pujante; a do fermento que levanta a massa

— 544 —
_ «PEDRO NUNCA FOI PAPA!» 25

(cf. Mt 13,31-33); a do joio e do trigo, que devem crescer no


mesmo campo até que venha a época da messe (cf. Mt 13,24-
-30.36-43). Entre a morte de Jesús e a consumagáo da historia
devia correr um certo tempo (cf. Me 2,18-20; Le 21,24). Jesús
mesmo nao teria formado Apostólos, se estes nao houvessem
de continuar a obra do Mestre, tornando-se «pescadores de
homens» (cf. Me 1,17; 3,13-19).

8) «As portas do inferno...», eis outra locucáo típica


mente semítica. «Inferno» é a traducáo de Hades (grego) e
sheol (aramaico). Designa a regiáo dos morios ou a própria
morte. As portas eram, entre os orientáis, os lugares mais
munidos e fortalecidos de urna cidade, pois por elas é que
entrava o invasor. Por conseguinte, «as portas do inferno»
designam, em Mt 16,18, o poderío da morte ou as potencias do
mal que, depois de ter arrastado os homens para o pecado, o
podem precipitar na morte eterna. Ora, construida sobre a
rocha que é Pedro, a Igreja de Cristo nao sucumbirá aos ata
ques do mal, mas será indefectível (cf. Mt 7,24s; Le 6,47s;
Mt 28,20). .

9) «Dar-te-ei as chaves do Reino dos céus». A seme-


Jhanca da Cidade da Morte, a Cidade de Deus tem suas por
tas, pelas quais só pode entrar quem seja digno. Por isto é
que Pedro recebe as chaves do Reino dos céus; compete-lhe
abrir e fechar o acesso do Reino, na qualidade de mordono. O
pleno sentido da imagem das chaves se depreende do texto de
Is 22,20-22, onde o profeta, em nome de Deus, promete ao rei
Eüacim as chaves que simbolizaráo o seu poder: «Naquele
dia, chamarei o meu servo Eliacim, filho de Helcias... Ele
será como um pai para os habitantes de Jerusalém e para a
Casa de Judá. Porei sobre os seus ombros a chave da Casa
de Davi; ele abrirá, e nao haverá quem feche; fechará e nao
haverá quem abra».

As chaves como insignia do poder ocorrem também em


Ap 3,27. Em Mt 16,19, elas caracterizan! a funcáo eminente
de Pedro na Igreja de Cristo.

10) «Tudo que ligares sobre a térra... Tudo que desu


sares. ..» Nestas palavras sao características do estilo semita:

— o paralelismo dos membros da frase;


26 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

— a construclo passiva e o emprego da expressáo «nos


céus». Tais artificios eram necessários para se evitar o uso
do santíssimo nome de Javé. Equivalen* a «o Senhor Deus o
ligará ou desligará»;

— o binomio «ligar-desligar» (asar e sherá ou hithir) era


técnico na linguagem dos rabinos para designar, primeramente
no plano disciplinar, a excomimháo, que podia ser imposta (de
modo a ligar) ou retirada (de modo a desligar). Ulteriormente,
significava decisóes doutrinárias ou jurídicas, que ou proibiam,
declaravam ilícito (ligavam) ou permitiam, cieclaravam licito
(desligavam).

Os atos assim praticados eram tidos pelos rabinos como


válidos e confirmados diante do supremo juízo de Deus. Entre
os judeus que levavam vida comunitaria sob urna Regra, o
binomio «ligar e desligar» também era usual na acepcao indi
cada. Tenha-se em vista o que diz o «Documento de Da
masco» a respeito do mebagqer ou Vigilante, Superintendente
da comunidade: «Ame os membros da comunidade como um
pai ama seus filhos e carregue todos os fardos deles, como
faz um pastor em relagáo ao seu rebanho; ele desligará todos
os nos dos seus liames, de modo que nao haja alguém opri
mido ou esmagado na sua congregagáo» (13,9-10).

Tais consideragóes sugerem a conclusáo: Jesús tencionou


confiar a Pedro (como mordomo ou detentor das chaves do
Reino) o poder de admitir neste ou de excluir a quem Pedro
julgasse oportuno receber ou afastar; entregou-lhe também o
poder de governar a comunidade mediante decisóes oportunas
em materia de doutrina e moral. As sentengas de Pedro have-
riam de ser confirmadas pelo próprio Deus.

2.2. Outros textos

Vém ao caso ainda as seguintes passagens:

Jo 21,15-17. O primado prometido em Mt 16,15-19 foi


realmente concedido após a ressurreigáo, segundo Jo 21.
Cristo confiou entáo a Pedro o pastoreio de todo o seu reba
nho, incluindo neste mesmo os demais Apostólos. A imagem
do Pastor é clássica na S. Escritura para designar o Messias
e a sua obra (cf. Mq 2, 13; 4,6s; 5,3; Sf 3,19; Jr 23,3; 31,10;
Is 40,11; 49,9s; Ez 34,7-24; 37,23-25; Zc 11,17-9; Mt 18,12;

— 546 —
«PEDRO NUNCA FOI PAPA!» 27

Le 15,4; Jo 10,11-16); ora, confiando a Pedro o encargo de


Pastor, Cristo o constituía naturalmente seu Vigário na térra,
e Vigário dotado de jurisdicáo suprema, estensiva mesmo aos
demais ministros e legados de Deus.

Le 22,31s. Um aspecto da suprema fungáo pastoral de


Pedro é especialmente realcado por Jesús na véspera de sua
Paixáo: Cristo entáo declarou que Satanás estava para assal-
tar a fé de todos os Apostólos, mas que Ele, o Senhor, havia
orado por Pedro, ententendo beneficiar os demais Apostólos
por meio do primeiro; a este conseqüentemente o Senhor dava
logo depois o encargo de corroborar a fé de seus irmáos; o
que quer dizer: o papel que Jesús exerceu em relagáo a Pedro,
Pedro o deveria, de seu modo, exercer em relacáo a todo o
rebanho, mesmo em relacáo aos demais Apostólos.

A prioridade de Pedro entre os Apostólos é manifestada


ainda através de outras passagens do S. Evangelho:

Pedro neste é nomeado 114 vezes, ao passo que Joáo (o


qual lhe vem logo a seguir) é mencionado 38 vezes apenas.
Muitas vezes Pedro é o porta-voz dos doze: cf. Me 10,28;
Mt 15,15; 18,21; 19,27; Le 12,41; 18,28; Jo 6,68; 13,6-10.24.
Por ocasiáo da pesca milagrosa, Pedro desempenha a fungáo
principal (cf. Le 5,1-11); caminha sobre as aguas (cf. Mt
14,28s); paga o imposto do Templo tanto em seu nome como
no de Jesús (cf. Mt 17,24-27).

3. Observares fináis

A leitura do livro de Aníbal Pereira dos Reis concernente


ao Papa pode impressionar o leitor pelo seu estilo violento e
satírico. Mas, na verdade, o escrito se mostra cheio de sofis
mas a quem o examina de maneira cuidadosa e objetiva.

Eis alguns ulteriores comentarios a fazer:

1) As pp. 43-65, o autor tece longas consideragóes sobre


Pétros-pétra (Pedro-pedra)... Afirma que o texto de Mt foi
originariamente escrito em grego, e nao em aramaico, e que,
por conseguinte, Pétros nao pode designar a mesma pessoa que
pétra. Ora toda essa argumentagáo cal simplesmente por térra,
desde que se leve em conta que, independentemente da lingua
original do Evangelho segundo Mateus, Jesús falou certamente

— 547 —
28 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

em aramaico e o Evangelista refere em grego um diálogo tra-


vado em aramaico. Ora nesta lingua é certo que urna só pala-
vra vinha ao caso: Kepha. Por conseguinte, Jesús disse sim-
plesmente a Simáo, filho de Joñas, que ele era Kepha e que
sobre Kepha (anteriormente designado, Simáo) ele construi
ría a sua Igreja. É isto que o pastor Aníbal esquece.

2) Nao há dúvida de que a palavra Kepha (= pedra) é


metafórica quando aplicada a Simáo. Mas, pelo fato de ser
metáfora, nao designa necessariamente Cristo, mas designa,
sim, a idéia de alicoree que toda pedra fundamental sugere.

3) O livro do pastor Aníbal contém urna serie de im-


precisóes, das quais recensearemos apenas as seguintes:

a) p. 20: os bispos nao sao delegados do Papa, mas com


ele constituem o colegio episcopal ou apostólico, no qual o
sucessor de Pedro exerce as func.6es de primaz que tocavam
a Pedro.

O Vaticano e seus museus foram constituidos por doacóes


feitas ao bispo de Roma desde o século IV. Pepino o Breve
em 756 confirmou estas doagóes, constituindo os Estados Pon
tificios. Estes foram sendo sucessivamente contemplados pela
munificencia dos reis, dos nobres e dos simples fiéis de todos
os tempos. Os monumentos e documentos assim colecionados
no Vaticano pertencem ao patrimonio da humanidade, e nao
sao riquezas pessoais.

b) p. 22: desde o Concilio do Vaticano II a tiara papal


já nao existe; o seu material foi doado para tornar mais huma
nas as condiQóes de marginalizados.

A tiara nunca significou o poder do Papa sobre o purga


torio e os justos do céu, pois a teología ensina que a Igreja
militante nao tem jurisdigáo senáo nesta térra.

Ninguém adora o Papa, nem se faz tríplice genuflexáo na


sua presenca. O autor caricatura maldosamente...

4) O fato de Simáo ter renegado a Cristo nao excluí o


outro fato do primado de Pedro. Este Apostólo se arrependeu,
chorando amargamente a traicáo. Por isto Jesús, depois da
ressurreicáo, fé-lo confessar tres vezes o amor ao Serrhor (cf.
Jo 21,15-17), e só depois o instituiu na fungáo de Pastor Su-

— 548 —
«PEDRO NUNCA FOI PAPA!> .29

premo da Igreja. O cristáo nao apoia sua confianoa na santí-


dade dos respectivos pastores," como nao se abala diante das
falhas dos mesmos; é em Cristo que o cristáo confia, sabendo,
porém, que Cristo nao se dá senáo mediante os homens que
Ele constituí ministros seus.

5) A teología católica afirma que Cristo é a Pedra fun


damental invisivel da S. Igreja (cf. ICor 3,10) e que o Espi
rito Santo é a alma dessa Igreja ou o Consolador Paráclito
(cf. Jo 14,16; 16,26s). Isto, porém, nao excluí — ao contrario,
exige — que Cristo e o Espirito Santo, invisiveis, se sirvam
dos homens por Eles escolhidos para governar a Igreja. Toda
sociedade peregrina na térra precisa de autoridade jurídica
mente constituida; se essa sociedade é universal ou católica,
essa autoridade exerce a sua jurísdigáo no mundo inteiro com
a assisténcia infalível de Cristo e do Espirito Santo, pois sem
tal assisténcia poderia ela trair a sua missáo.

A comprovagáo destas afirmagóes é a realidade mesma


do protestantismo, inclusive da denominagáo batista. Esta
vai-se esfacelando cada vez mais, pois o alvitre dos homens
predomina e suscita novas e novas divisóes da «Igreja»: assim
é que há os batistas calvinistas, os b. congregacionalistas, os
b. primitivos, os b. do livre pensamento, os b. dos seis princi
pios (porque aceitam como único fundamento da vida crista
os seis pontos mencionados em Hb 6,ls: arrepentimiento, fé,
batismo, imposigáo das máos, ressurreicáo dos mortos, juízo
etemo), os b. tunkers, os b. oampbellistas, os batizantes a si
mesmos, os b. abertos, os b. fechados, os b. do Sétimo Dia, etc.
— «Pelos frutos se conhece a árvore», diz o Senhor (cf. Mt
7,20). O livro exame da Biblia e a negagáo da autoridade de
Pedro levam qualquer denominagáo dissidente a crescente pul-
verizacáo de si mesma; ora isto contraria frontalmente as
intencóes de Cristo. Como entáo negar a autoridade visível de
Pedro, que toda a Tradigáo crista afirma, justamente fazendo
eco as palavras e as intengóes de Cristo?

Sobre o primado de Pedro nos escritos do Novo Testamento e da


Tradijáo crista, veja

PR 13/1959, pp. 3-20 ;


14/1959, pp. 57-66;
132/1970, pp. 533-547.

— 549 —
Será dever...

a missa aos domingos?

Em sfntese: Este artigo propoe resumidamente o conteúdo de urna


Carta Pastoral do Cardeal Léon-Joseph Suenens, de Malines-Bruxelas, publi
cada em Pentecostés de 1975, a respeito da Missa dominical.

O autor nota que as estatlsticas referem um declínlo da freqüentacáo


da Missa dominical, o que nao é desprezível, mas também nao é decisivo,
pois os cristaos foram designados pelo próprlo Cristo nao como mullidáo
predominante, mas como fermento em massa e sal na térra.

A seguir, o Cardeal Suenens recorda o testemunho dos antigos cris


taos (Atos dos Apostólos), que, tendo encontrado o Cristo, faziam dele o
centro de sua vida. Isto implicava em que O procurassem assiduamente
na Ceia do Senhor. Esta fo¡ sendo celebrada, de preferencia, aos domingos,
visto que todo domingo comemos a Páscoa, celebrando o acontecimento
máximo da mensagem e da vida cristas.

O convite que a Igreja outrora dirigia aos fiéis para freqüentarem a


Eucaristía dominical, tornou-se um preceito. Este preceito nao é mera obri-
ga$áo jurídica, mas vem a ser urna exigencia e expressao da vida crista,
semelhante ao dever de comer e respirar imposto pelas leis da biología
natural. Para o crlstáo, participar da Missa dominical é urna graca mais
do que um dever.

A Eucaristía aos domingos é frutuosa para quem déla participa com


fé, ainda que nao slnta atrativo natural para a Liturgia. Nesta, o que im
porta, nao é o sentir dos cristaos, mas a acfio de Cristo em seus discípulos.

Se algum cristSo julga que a Missa, como é celebrada, nao atinge os


homens de hoje, procure dar todo o seu possível para vivificar as assem-
bléias eucarísticas. Estas, embora sejam regidas por rubricas fixas, toma-
ráo a configuracño humana que os seus membros Ihes quiserem dar.

O Card. Suenens termina fazendo um apelo a que os fiéis descubiam


de novo o primado de Oeus em urna civilizacáo materialista como a nossa,
e testemunhem essa consciéncia renovando sua participacáo na Missa domi
nical, donde jorram vigor e vitalidade para o povo de Deus.

Comentario: A participagáo dos fiéis na Missa dominical


tem sido objeto de estudos e debates entre os membros do
povo de Deus. A Santa Sé vem-se interessando especialmente

— 550 —
MISSA AOS DOMINGOS 31

por assunto de tanto relevo. Aqui no Brasil tem-se escrito a


respeito, com grande interesse por parte dos fiéis católicos.
— Ora, a fim. de atender & problemática que assim se póe, o
Cardeal Léon-Joseph Suenens, arcebispo de Malines-Bruxelas
(Bélgica), publicou em Pentecostés do corrente ano notáveL
Carta Pastoral com o título «Deus interpela a sua Igreja».;
Visto que é de plena atualidade também para os fiéis de nossa
patria, oferecemos aos nossos leitores as linhas-mestras desse
importante documento. ^tr¡h

1. Estatístioas: significado dos números

O texto comeca por verificar que, conforme as estatis-f


ticas, vem declinando o número de fiéis que participam da
Missa dominical... Entre parénteses, vale a pena notar que
no Brasil se registra freqüéncia crescente a certas celebragóes
eucarísticas, pois a nova Liturgia despertou muitos cristáos,
principalmente entre os jovens, para urna vivencia eucarística
mais assidua. Todavia é certo que numerosas pessoas hesitam
a respeito da necessidade de comparecer á S. Missa aos
domingos.

A propósito, o Card. Suenens adverte que, embora núme


ros e estatísticas nao nos possam deixar indiferentes, eles nao
constituem criterio decisivo para se avaliar a vitalidade crista;
esta nao se mede por números, mas por profundidade. Jesús
nunca prometeu a séus discípulos que constituiriam a maioria
no mundo; antes, falou de fermento na massa e sal na térra
(cf. Mt 13,33; 5,13); estes símbolos nos lembram que o poder
do Espirito nao se mede em termos quantitetivqs. ,,Os apostó
los eram apenas doze para levar a Boa-Nova ateos confins
da térra e fizeram a bela obra de que hoje desfrutamos. Os
primeiros cristáos, vivendo em meio a populagóes pagas, foram
muitas vezes entregues á morte pela fé; nao obstante, o.san-
gue dos mártires era sementé de novbs cristáos. Hoje ainda
acontece que os discípulos de Cristo vivem numa sociedade
pluralista ao lado de outros crentes e ateus, tendo que enfren
tar freqüente questionamento de sua fé. Nao é," pois, no peso
dos números que o cristáo baseia sua agáo no presente e sua
esperance no futuro.

Estes fatos nos obrigam a tomar nova consciéncia da.


nossa identidade ou do que é ser cristáo ontem e hoje.

— 551 —
32 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

2. A identidade do cristáo e Páscoa

A Carta Pastoral em foco convida o leitor a retroceder até


as origens do Cristianismo; essa fase inicial fica sendo modelo
e manantial de atitudes auténticamente evangélicas (embora
tenha tido também as suas sombras).

Os antigos cristáos viviam realmente como quem tinha


descoberto Alguém: Jesús Cristo, o Senhor e Mestre. Encon-
travam em Cristo o segredo da vida e da morte. Por isto tam
bém eram ciosos de levar o testemunho da sua fé a toda
parte; eram apostólos e missionários, conscientes de que o
cristáo é «um homem a quem Jesús Cristo confiou outros
homens» (Pe. Lacordaire). Cada um se sentía corresponsável
ou portador de urna parte da responsabilidade comum.

Mais: tendo encontrado o Cristo como Pessoa viva, os cris


táos reuniam-se espontáneamente em assembléias para procla
mar a sua fé em Jesús e celebrar a Eucaristía. Nao precisa-
vam de preceito para confessar Jesús Cristo e celebrar seus
misterios; Ele era toda a razáo do comportamento dos discí
pulos, de tal modo que o reunir-se em torno da mesa do Se
nhor estava na lógica da fé dos cristáos.

Os Atos dos Apostólos nos dizem que os primeiros cris


táos «eram assiduos ao ensinamento dos apostólos, fiéis á
comunháo fraterna, á fragáo do pao e á oracáo» (At 2,42).
Era dessa fidelidade que tiravam o amor que os caracterizava
a ponto de dizerem os pagaos: «Vede como eles se amam».
— É a imagem da Igreja primitiva, táo marcada pela assidui-
dade á oragáo e pelo zelo da caridade fraterna, que se deve
levar em conta quando se quer projetar luz sobre a atual pro
blemática da Missa dominical.

Perguntar-se-á: e por que se reuniam os discípulos em


determinado dia da semana — no domingo —, e nao em qual-
quer outro?

A resposta é decorrente da consciéncia de que o domingo


é, por excelencia, o dia da Páscoa do Senhor, o dia da pas-
sagem da morte para a ressurreicáo. É no domingo que os
cristáos celebram o acontecimento decisivo da sua fé e da sua
vida: é, sim, na morte de Cristo que é sepultada a nossa morte
e que triunfa para sempre a nossa vida. A realidade de Pás
coa sempre marcou profundamente a piedade crista; é ela que

— 552 —
MISSA AOS DOMINGOS 33

permite aos discípulos de Cristo experimentar na dor e ñas


tribulacóes a alegría inalterável da presenta de Deus; Páscoa
é também a reconciliagáo da humanidade, qual filho pródigo,
com o Pai que lhe abre os bracos.

Se, pois, o cristáo deseja redescobrir o sentido profundo


da Missa dominical, deve retomar consciéncia da tonalidade
pascal que todo domingo tem; deve compenetrar-se do signifi
cado da nova e eterna alianca que o faz entrar na intimidade
de Deus.

3. Á leí da vida

1. Se, pois, a Igreja até hoje convida os fiéis a celebrar


todos os domingos a Páscoa do Senhor, Ela o faz por fideli-
dade ao Mestre e á antiga praxe dos cristáos.

Verdade é que o convite, no decorrer dos sáculos, tomou


a forma de preceito grave. ísto se deve á consciéncia que a
Igreja tem, de que o encontró com o Senhor é insubstituivel
fonte de vida. Nao se trata de preceito legalista, arbitraria
mente imposto de fora para dentro; esse preceito apenas tra-
duz e concretiza o convite do Senhor aos discípulos para come-
rem a Páscoa com Ele até o seu retorno na gloria. — Pode-
ríamos comentar esta afirmagáo comparando tal preceito com
a ordem dada pelos médicos aos seus pacientes, de comerem,
repousarem e respirarem bem; é ordem médica, com a qual o
ser humano já está identificado antes que o clínico a profira,
desde que ele saiba o que é a vida. Assim quem compreende
bem o que é a Eucaristía, nao se preocupa tanto com o dever
de assistir á Missa, mas considera muito mais a graca de
poder participar déla.

2. Eis, porém, que se ouve nao raro a pergunta: «A


Missa tem valor se o cristáo nao senté atrativo por ela?»
— Em resposta, diga-se: na Eucaristía, o mais importante nao
é aquilo que a criatura senté, mas, sim, aquilo que o Senhor
Jesús realiza; em toda Missa, quer o sintamos, quer nao, o
Cristo Jesús comunica as gragas da sua Paixáo e Ressurrei-
gáo, dando-nos consigo acesso ao Pai num só Espirito.

Por isto toda Missa é nao somente válida, mas também


frutuosa, para quem se abre á agáo de Cristo pela fé. Esta
nao se identifica com sentimento, mas é urna atitude da inte-

— 553 —
34 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

ligéncia e da vontade, que sao a sede dos atos mais típica


mente humanos e cristáos, ao passo que o sentimento é peri
férico, por vezes, e infantil.

3. Todavía ainda objetará alguém: «A Eucaristía, como


é celebrada, fica estranha á vida e aos problemas dos homens
de hoje, de modo a nao constituir urna comunidade viva!- Em
minha paróquia, a celebragáo nao nos atinge». — A isto ob
serva o Card. Suenens: «Vocé nao terá o direito de criticar a
celebragáo em sua paróquia enquanto nao tiver esgotado todos
os seus recursos para tornar mais viva e participada essa cele-
bragáo!» A Escritura compara os cristáos a pedras vivas, que
devem edificar conjuntamente o Corpo de Cristo. A Igreja
nao se constrói com material pré-fabricado, mas, sim, pela
disposicáo e cimentagáo das suas pedras — trabalho este que
compete a cada cristáo.

Sabia advertencia! Embora a Igreja nao seja apenas o


conjunto dos fiéis, mas, sim, o Corpo de Cristo prolongado, a
face humana da Igreja depende da conduta de cada um dos
seus membros; se o aspecto visivel da Igreja deixa a désejar,
cada cristáo, a bom direito, pode perguntar a si mesmo se isto
nao acontece por omissáo do próprio sujeito; terá este dado
toda a sua colaboragáo para abrilhantar o vulto sensível da
Igreja de Cristo? Na verdade, é fácil e cómodo criticar, mas
nao é fácil assumir os problemas e tentar solucioná-los.

4. Conclusáo

Encerrando suas ponderagóes, o Card. Suenens renova o


apelo a que os fiéis «estejam sempre presentes as assembléias
litúrgicas, para que nao diminuam a Igreja por sua ausencia
nem privemde um de seus membros o Corpo de Cristo» (cita-
gáo do Didascálion, obra do séc. III).

Esse insistente apelo a todos, principalmente aos jovens,


nao é senáo o eco da voz da própria Igreja, em continuidade
com o testemunho dos ancestrais que, de geragáo a geragáo,
transmitiram a mesma fé ao povo cristáo de hoje.

Acrescenta textualmente o Card. Suenens:

"A todos eu quisera dlzer: temos de encontrar de novo a paterni-


dade e o primado de Deus, a gratuidade do seu amor, o sentido da ado-
racáo e do louvor. Estamos táo mergulhados numa civlltzacáo material que,

— 554 —
MISSA AOS DOMINGOS 35

quando vemos, na televlsfio ou em torno de nos, homens prostrados em


oracáo, como nossos irmfios muculmanos, nos nos admiramos do seu gesto
de adoracáo e da sua fldelldade em professar publicamente a fá em Deus.
Eles nos lembram que nem o homem nem a sociedade bastam a si mesmos
e que o prlmelro de todos os mandamentos tica sendo: 'Amarás o Senhor
teu Deus'.

Esse dever de adoracfio e de louvor, temos de vivfi-lo e exprlml-lo


díante de Oeus e do mundo...

Possam nossas assemblélas de domingo proclamar no mundo de hoje


o primado de Oeus, Pal dos homens e penhor seguro da fraternldade hu
mana I Possam os crístios encontrar de novo a alegría pascal que está no
Smago de toda a Liturgia I"

A Carta Pastoral do Card. Suenens, de Malines-Bruxelas,


que acaba de ser assim condensada, projeta luz sobre o ques-
tionamento, hoje em dia ocorrente, da Missa dominical. Em
sintese, dá a ver que esta é muito mais urna exigencia de vida
do que um preceito jurídico. É a expressáo mais lógica pos-
sível da consciéncia que o cristáo deve ter, de que encontrou
o Senhor Jesús como Pessoa viva,... Pessoa viva que trans
forma a vida de seus discípulos reunidos em torno da Mesa-
-Missa dominical.

O texto da Carta Pastoral aquí apresentada encontra-se no Jornal


"L'Osservatore Romano" de 29/08/1975 (ed. francesa), pp. 2-3.

«NAO TE CANSES DE DAR-TE A DEUS. LANC.A DE

NOVO A CADA INSTANTE TODA A TUA VIDA PARA O

MISTERIO DO INFINITO».

J. Canovai

— 555 —
Será possíveJ a...

visáo extra-ocular?

Em sfnlesa: Tém-se registrado casos de pessoas que véem cores


(objeto da vista) por via extra-ocular. Isto se explica por Influencia de
ondas luminosas, com seu comprimento e sua freqüéncia, sobre o orga
nismo da pessoa vidente. Algo de semelhante se dá quando alguém se
senté bem ou se senté mal em presenta desta ou daquela cor.

É a tais conclusSes que levam os estudos mals recentes do fenómeno


da visáo extra-ocular. Asslm se dissipam as crengas em comunicacóes do
lAlém, que frequentemente a imagfnacáo popular admite quando se dá visáo
extra-ocular.

Comentario: É fato comprovado que determinadas pes


soas podem ver objetos e outras pessoas por via extra-ocular,
isto é, nao pelos othos... É o que leva fácilmente a crer que
se trata entáo de comunicacjio mediúnica ou sobrenatural;
somente um espirito do Além poderia fazer um cegó, conti
nuando cegó, distinguir cores e descrever objetos postos em
sua presenta.

Ora numerosas experiencias realizadas neste setor tém


levado os estudiosos a reconhecer no ser humano a faculdade
de visáo extra-retiniana ou extra-ocular. Vamos, ñas páginas
que se seguem, tentar penetrar dentro dos diversos aspectos
de táo variegado fenómeno. Comecaremos por expor alguns
dados ou fatos concretos.

1. Dados estranhos

Quando os primeiros colonos brancos chegaram á ilha de


Samoa na Oceania, ai encontraran! homens cegos capazes de
perceber certos objetos e descrevé-los minuciosamente pelo
simples fato de colocarem as máos sobre esses objetos.

Na Franga, após a primeira Guerra Mudial, Jules Ro-


mains examinou centenas de cegos e verificou que alguns eram

— 556 —
VISAO EXTRA-OCULAR? 37

capazes de fazer a distincáo entre luz e trevas mediante a ponta


dos dedos ou certas regióes do nariz, regiáo onde esteva
situada a sua foto-sensibilidade.

Na Italia, o neurólogo e jurista Cesare Lombroso desco-


briu urna jovem cega capaz de «ver» com a extremidade do
nariz e o lóbulo da orelha esquerda. Quando imprevistamente
lhe lancavam sobre a orelha esquerda um jato de luz bri-
lhante, fazia caretas.

Mas nao somente os cegos gozam desta faculdade. Tam-


bém os nao cegos a possuem. Com efeito, em 1960 urna comis-
sáo de médicos norte-americanos examinou urna menina nor
mal do Estado de Virginia e averigüou que, com os olhos
cobertos por espessa venda, era capaz de distinguir cores diver
sas e ler textos breves escritos com grossos caracteres.
Na Rússia, semejantes experiencias foram feitas com
urna jovem senhora chamada Rosa Koulechova, filha de urna
aldeia dos montes Urais. Nao era cega, mas fora educada
numa familia de cegos; para ajudar a estes, aprendeu a ler o
sistema Braille; depois passou a descobrir muitas outras coi
sas, somente com os dedos, tendo os olhos cerrados. Em 1962
seu médico levou-a para a Academia das Ciencias Soviéticas,
onde foi submetida a rigorosos exames, garantidos por cau
telas contra truques ou fraudes da parte déla mesma ou de
amigos. Ficou entáo comprovado que ela podia ler as letras
miúdas de urna página de jornal mediante um dos seus coto-
velos. Em conseqüéncia, tomou-se famosa e recebeu um
diploma de auténtica pessoa sensitiva.
O psicólogo Novomeisky, que estudou a sensibilidade de
Rosa Koulechova, pós-se a investigar as reagóes de outros indi
viduos, e chegou á conclusáo de que urna pessoa entre tres é
capaz de aprender a distinguir entre duas cores, tendo os olhos
vendados e usando apenas o tato; basta, para tanto, um trei-
namento adequado, mas nao muito prolongado. Novomeisky
chegou a ter oitenta estudantes em seus cursos de visáo extra-
retiniana.

Pergunta-se agora: e qual a explicacao científica que se


possa dar a tais fenómenos?

2. Como elucidar?
1. Os estudiosos estáo de acordó em admitir que as
superficies coloridas tém texturas próprias, ora mais, ora me-

— 557 —
38 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS> 192/1975

nos lisas ao tato; assim urna superficie amarela é muito escor-


regadia; unía superficie vermelha é pegajosa e gordurenta;
urna superficie roxa produz certa freagem dos dedos que sobre
ela deslizam. É o que A. Novomeisky propóe no seu livro
«The Nature of the Dermo-optic Response» em «International
Journal of Parapsychology», 7/4/1965. Conscientes disto, os
mestres passaram a ensinar os cegos a distinguir as cores me
diante o tato no Instituto de Sverdlosk na Rússia. Muitos dos
discípulos declararam, no decorrer das aulas, que sempre ti-
nham tido consciéncia das diferencas que as cores apresentam
ao tato, mas nunca alguém lhes havia dito que essas diferen
cas significavam cores. No mesmo Instituto algumas criancas
cegas chegaram a distinguir cores de superficies colocadas
atrás de urna placa de cobre; assim perceberam cores e coisas
que os seus próprios mestres sadios nao perceberam.

Mais: foi apurado que as criancas cegas «véem» com os


seus ouvidos, a sua língua e com as pontas dos artelhos. Donde
se concluí que a faculdade de visáo extra-ocular está dissemi
nada por todo o corpo e é comum a todas as células do orga
nismo.

2. Outra explicacáo ainda pode ser formulada para o


fenómeno da visáo extra-retiniana. — Sabe-se que a luz exerce
influencia sobre as reacóes químicas. Por isto nao é impos-
sível que tenha influencia sobre os humores ou líquidos do
organismo humano... Note-se ainda que cada cor depende
de um comprimento de onda luminosa; as ondas luminosas,
por sua vez, tém diversos comprimentos desde o vermelho e o
infra-vermelho até o violeta e o ultra-violeta. Sendo assim,
pode-se dizer que cada onda luminosa afeta de seu modo o
organismo humano, provocando neste reagóes físicas e quími
cas próprias. É por isto que urna pessoa devidamente exerci-
tada acaba distinguindo as cores sem usar os olhos; apenas
observa e registra as reacóes que as ondas luminosas provo-
cam em seu organismo.

Assim se explica por caminhos científicos e naturais um


conjunto de fenómenos que, sendo portentosos, a imaginagáo
popular tende a atribuir ao Além.

Outros fatos curiosos relacionados com os anteriores ainda


merecem consideragáo.

— 558 —
VISAO EXTRA-OCULAR? 39

3. A «mística» das cores

1. Os fabricantes de produtos diversos, através das suas


experiencias chegaram a estranhas conclusóes concernientes as
cores: verificaram, por exemplo, que o acucar se vende mal
quando é embalado em papel verde, os alimentos de cor azul
nao sao considerados gostosos, os cosméticos nunca devem ser
distribuidos em embalagem marrom. Tais descobertas, incita
das parcialmente por interesses comerciáis, deram origem a
elaboracáo de urna psicología das cores, cujas conclusóes tém
aplicagáo nao somente no comercio, mas também na decora-
gáo das casas, na maneira de vestir criangas, adultos, etc. En
tre essas conclusóes sejam destacadas as seguintes:

O azul sombrío é a cor do céu noturno; portante asso-


cia-se á passividade e ao repouso. O amarelo é cor diurna:
por conseguinte, associa-se as idéias de energía e iniciativa. O
vermelho lembra o sangue, a raiva e o calor, que acompanham
o esforco; por isto é cor excitante; muita gente, em presenga
do vermelho vivo, senté taquicardia, respiragáo ofegante, pres-
sáo do sangue, etc. Ao contrario, o azul puro provoca efeitos
de calma e tranqüilidade. O verde, que é cor complementar
do vermelho, está associado a idéia da defesa e preservado
do próprio sujeito. — Visto que o vermelho é excitante, foi
escolhido como sinal de perigo; todavía análises mais profun
das do fenómeno revelaram que o amarelo vivo pode produzir
estado de alarme e alerta agitada no público; é por isto que
os carros de bombeiros e as ambulancias, em alguns países,
tém a cor de bilis, conseguindo assim estagnar, por completo,
a circulagáo.

Há quem diga que certas cores dáo sorte; assim algumas


máes e amas colocam urna fita cor de rosa no bergo de suas
criangas como penhor de felicidade... Na verdade, nao se
pode dizer que haja relagáo mística entre a cor rosa e a feli
cidade; mas tal cor, sendo repousanté e suave, suscita em'
quem a vé, disposigóes de bem-estar e paz.

2. O relacionamento existente entre as cores e os orga


nismos vivos se depreende aínda dos seguintes fatos. Há certas
especies de animáis que, para se camuflar, realízam instantá
neamente modificacoes do seu tipo próprio. Assim o camaleáo
adota rápidamente a cor e os motivos do ambiente no qual ele
se sitúa. Talvéz alguém queira explicar este fenómeno pelo
fato de que o camaleáo olha em torno de si e observa as mo-

— 559 —
40 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

dalidades do seu ambiente. Todavía note-se que também um


camaleáo totalmente cegó continua a adotar a camuflagem
apropriada ao seu meio; ele se transforma num momento e
os efeitos dessa adaptagáo, vistos á distancia, sao perfeitos.
Ora tal fenómeno só se explica se há, independentemente da
visáo do animal, urna interacáo reciproca entre o camaleáo e
o seu «habitat»; essa interacáo poderia dar-se entre o campo
vital do animal e o seu ambiente; sim, o campo vital captaría
a freqüéncia das ondas correspondentes ás cores do ambiente
e a traduziria em freqüéncia própria, adequada a tal ambiente.

O fato e a hipótese que acabam de ser expostos, levam


mais urna vez á conclusáo de que no reino animal existe urna
percepgáo de cores (objeto da visáo) extra-ocular.

4. Conclusáo
As consideragóes apresentadas neste artigo tém por obje
tivo elucidar fatos que geralmente sao associados a fatores
religiosos e a poderes do Além. «A verdade liberta», diz o
Senhor Jesús (Jo 8,32).

Em suma, se alguém vé a realidade sensível (como ela é)


por via extra-ocular, nao é necessário admitir que isto se deva
a alguma comunicaráo do Além: sabe-se que as ondas lumi
nosas desencadeiam reagóes físicas e químicas no organismo
humano.

Se alguém senté sobre sua pessoa a influencia agradável


de alguma cor, nao diga que tal é a cor do seu orixá protetor.
O que se dá entáo, é a influencia da onda luminosa, com seu
comprimento e sua freqüéncia, sobre o organismo da pessoa
ou sobre a freqüéncia do campo vital da mesma. Quando a
freqüéncia da onda luminosa e a freqüéncia das ondas do
campo vital do organismo estáo em sintonía, a pessoa sente-se
bem em presenca da cor respectiva; quando essas freqüéncias
estáo em desarmonia entre si, o mesmo sujeito sente-se mal,
excitado, estarrecido, etc.

O fato é que nao 'há cor que por si dé sorte ou dé azar,


desenvolvendo influencia mágica. O que pode haver, sao cores
que, mediante radiagóes naturais, repercutam favoráyel ou
desfavoravelmente sobre o psiquismo ou sobre o físico do
homem.
Estéváo Bettenoourt O.S.B.

— 560 —
livros em estante
Pecado e OpcSo Fundamental, por Jo9o Balista Llbanlo. Publlcacoes
CID, Teologla/11. — Ed. Vozes, Petrópolls 1975, 127 pp., 13S x 210 mm.

O livro aborda um ponto de filosofía e teología altamente Importante,


sob a pena de um teólogo de renome.

"A opcáo fundamental ó um ato da liberdade fundamental dlante do


Absoluto, em que o homem engaja a totalIdade do seu ser aínda que nSo
totalmente... Nao totalmente, nfio porque nSo o queira, mas porque nio
o consegue em vlrtude da sua sltuacfio de esplrito-no-mundo, atingido aínda
pelo pecado" (p. 65). Em conseqüéncia, o programa mais Importante de
todo ser humano consiste em lazer que sua decisáo fundamental passe a
inspirar todas as demals opcOes dessa pessoa, a qual evitará conseqüen-
temente toda incoeréncia ou toda tralgfio ao seu ideal. Quem consegue
isto de manelra cabal, é santo. A leltura do cap. III do llvro ("Reflexóes
sobre decisfio") é enfáticamente recomendável, pois estas páginas tocam
no que cada ser humano tem de mais nobre: o brio, a coragem e a espe
ranza de realizar plenamente o seu ideal.

Os capítulos segulntes (IV, V, VI) aplicam a doutrina da opgáo fun


damental á conceituacSo e á casuística do pecado. Pecado grave seria
táo somente o ato que fira a opgfio fundamental do sujelto dirigida para
Deus; seria urna nova opcáo fundamental (p. 85s). O pecado venial serla
um ato superficial, nio um ato do núcleo da pessoa, nao urna opcáo fun
damental. — Em teoría, isto parece lógico. Na prática, poróm, é preciso
ter cautela e bom senso para nfio esvazlar o conceito de pecado; as
faltas mais graves poderfam deixar de ser pecados graves. Com efelto,
admlta-se que um homem, casado sinceramente por amor a Deus e á sua
mulher, venha um dia a ceder a infidelidades conjugáis e passe a cometer
periódicamente o adulterio. Entramantes continua mostrando-se esposo e
pal em seu lar, sem tenclonar desfazer a sua opcáo matrimonial. Per-
gunta-se: nao há entfio pecado grave? E, conseqüentemente, nño pode
haver na prática pecado grave que nao atinja a opcáo fundamental? Visto
que a pessoa humana é urna realidade muito densa, eremos que em seu
fundo ela pode ter um ideal abracado com a inteligencia e a vontade, mas
em seu comportamento eia pode nao ser Influenciada por esse ideal; pode
mesmo contradizer-lhe, embora em seu ámago continué vottada para o seu
Ideal, que ela nfio quer cancelar ou trocar.

O Pe. übánio intenciona dlsslpar as ansias escrupulosas e desneces-


sárlas de muita gente frente ao pecado; propoe um criterio de pecado que
pode ser libertador. Há, porém, nessa doutrina o perlgo de certo utoplsmo
ou irrealismo teórico, que na prática pode levar ao extremo oposto do
laxismo ou do Indiferentismo.

é de notar que o Pe. übánio nfio excluí a confissfio sacramental,


mesmo a confissfio freqüente felta por devocáo: "Cada confissfio é um
desses atos que nos fazem flcar mais firmes em nossa decisfio funda-
mental. Dal que a confissfio freqüente, 'de devoefio', adqulre nova impor
tancia. Sfio momentos privilegiados, 'kalrlo', em que assumimos o nosso
eu e o encaminhamos mais radicalmente para Deus. Aprofundamos nossa
opcfio fundamental" (p. 98).

— 561 —
42 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 192/1975

Em slntese, o livro aprésenla belas páginas e profundas reflexOes,


mas em outras passagens parece necessltar de esclarecimentos e perspec
tivas que dissipem mal-entendidos.

O casal humano na Escritura, por Pierre Qrelot. TraducSo de Luiz


Jofio Gaio. Colecáo "Estudos Bíblicos" 4. — Ed. Paulinas, Sao Paulo,
148 pp., 130 x 200 mm.

O autor é um grande exegeta, do qual algumas obras já se acham


traduzidas para o portugués. Aborda o tema do casal na Biblia, colo-
cando-o sobre o fundo de cena da mentalidade paga e mitológica. A con-
cepcSo bíblica faz nítido contraste a essas premissas, como bem se com-
preende: o Deus da Revelacáo é um Deus de Amor Puro, isento das aven
turas da mitología e, por conseguinte, apto a exigir pureza e fldelidade do
amor conjugal. O Pe. Qrelot percorre os diversos livros do Antlgo Testa
mento referentes ao matrimonio: acentúa a imagem do matrimonio usada
pelos Profetas e pelo Cántico dos Cánticos para designar a alianca de Deus
com os homens. Ao chegar ao Novo Testamento, desenvolve a temática
da uniáo de Cristo-Esposo com a Igreja-Esposa, colocando neste contexto
o matrimonio cristao. Interessante é a dlstingao que o autor faz á p. 126
entro casal pecador e casal de pecadores: o casal de pecadores conserva
a fidelidade aos impulsos interiores do Espirito Santo, embora sinta tenta-
cóes e inclinacóes passionais. Também digno de nota é o anexo intitulado
"Amor e Fldelidade" (pp. 129-148), em que o Pe. Grelot considera as difl-
culdades da fldelidade, os perigos do hedonismo, a ruptura do vinculo e
a restauracao da fidelidade.

A nota singular e valiosa do livro consiste na tonalidade profunda


mente bíblica que o autor confere ás suas explanacSes; em geral, a biblio
grafía sobre o casamento insiste mais sobre psicologia, filosofía, teología
sistemática, Direilo e Moral. O Pe. Grelot propóe estritamente o pensa-
mento bíblico.

A Igreja dos primordios. Comentario dos Atoa dos Apostólos, por


Frederlco Dattler. — Esdeva Empresa Gráfica S. A., Juiz de Fora 1975,
144 pp., 140 X 210 mm.

O conhecido exegeta Pe. Oattier dá-nos mais de 3uas producoes bíbli


cas, apresentando-nos um comentario de quase todo o livro dos Atos. A
obra pretendo levar ao público de nivel medio os resultados de recentes
estudos bíblicos.

Como se compreende, todo exegeta tem suas opcóes. O Pe. Dattler


as faz, seguindo muitas vezes as sentencas da critica mais avancada, que
nem sempre sao suficientemente fundamentadas: assim o episodio de Ana-
nias e Safira (5,1-11) "nao narra aquilo que de fato aconteceu, mas, sim,
o que deve'la ter acontecido a um casal mentiroso e cheio de vaidado"
(p. 53); verdade é que o autor pouco antes assevera: "Um fato táo estra-
nho deve ter um fundo histórico" (p. 53). As aparicóes do Ressuscitado
parecem reduzidas a percepgoes "dos sentidos Internos da fantasía e da
memoria com total suspensáo dos sentidos externos" {p. 16); isto signifi
carla que os apostólos nao viram dlante de si a figura de Jesús Ressus
citado (o que é estranho, se Jesús pediu a Tomé que Irte tocasse ñas
chagas; cf. Jo 20,27). Em Pentecostés, o exegeta julga que os apostólos

— 562 —
LIVROS EM ESTANTE 43

nao receberam o dom das llnguas, mas apenas se puseram a louvar a


Deus (p. 28); em conseqüéncia, os peregrinos que haviam acorrido a Jera-
salém, compreenderam que "era verdade o que os Profetas haviam pro
metido" (p. 29). O autor recorre freqüentemente ao método da historia das
formas (o que é necessário e louvável), mas nSo deixa de correr os riscos
de assumir posigóes multo pessoals: assim á p. 14 o comentario a At 1,7
comeca nestes termos: "A resposta de Jesús supSe urna certa evoluc.So
no seio da Igreja antiga..."; seria preciso explicar methor esta afirmac&o
para o público a quem o llvro se destina.

N&o se podem ignorar as sabias reflexSes que o Pe. Dattler propOe


em seu llvro; em sua mor parte, este é Interessante e útil. Todavía o
leitor menos perito em exegese deverá lé-lo consciente de que nem tudo
o que al está dito é sentenca definitiva entre os exegetas; algumas posl-
p8es do livro sao teses de um estudioso propostas a quem queira estudar.

A oracáo no Antigo Testamento, pelo Pe. J. E. Martins Térra S. J.


— Ed. Loyola, S8o Paulo 1975, 270 pp. 140 x 210 mm.

O titulo do livro talvez nao atraía á primeira vista, pois, se a Biblia


é difícil para muitos dos seus leitores, de modo especial parece ardua a
utilizasfio do rAntigo Testamento. Todavía o contato com a obra ácima
dissipa a ¡mpressao superficial, pois o Pe. Térra soube dar-nos um livro
agradável e rico em conteúdo para o leitor crlstSo. Na sua Introducáo, o
autor manifesta a IntencSo de desvendar os aspectos místicos do texto
sagrado, que multas vezes é tratado únicamente do ponto de vista da lin
güistica e da arqueología. Como perito biblista que é, o exegeta explana
diversas facetas da oracáo no Antigo Testamento; considera especialmente
os salmos e seu aproveitamento pelos crlstaos; analisa as traducóes e os
comentarios do Salterio publicados em portugués; detem-se sobre a ma-
neira como o Antigo Testamento é utilizado no Novo, com vistas parti
culares á "Ave María" (prece na qual ressoam numerosos textos do A. T.).
O conjunto se encerra com urna Introducto á teología da oracSo, em que
as reflexóes bíblicas se mesclam ás filosóficas.

O livro representa um tesouro de erud!c.áo bíblica; o autor mostra


ter lido oxaustivamente a bibliografía referente aos temas propostos. A
orientacáo da obra é serla e profunda; descobre perspectiva novas, que os
estudiosos no Brasil há muito desejavam encontrar, como, por exemplo, o
entrosamento entre a espirltualidade do Antigo Testamento e a do Novo.
O conjunto fará grande bem nSo somente aos eruditos, mas também aos
que sinceramente desejam conhecer a Biblia e progredir na vida de oracáo.

E. B.

— 563
CARO AMIGO,

VOCÉ SABE QUANTO TEM SUBIDO O CUSTO DE

VIDA...

O PAPEL, A TINTA, A MÁO DE OBRA, EM SUMA,

AS DESPESAS DE PR TÉM AUMENTADO SURPREENDENTE-

MENTE. É ISTO QUE NOS LEVA A PED1R-LHE COMPREEN-

SAO PARA O AUMENTO DO PREGO DE NOSSA ASSINA-

TURA ANUAL A VIGORAR DESDE JANEIRO 1976: DE

CR$ 50,00 PASSAREMOS A CR$ 60,00:

SE NAO TOMÁSSEMOS ESTA PROVIDENCIA, TALVEZ

VOCÉ, MEIO-PERPLEXO, NOS PERGUNTASSE: «MAS

COMO É POSStVEL QUE VOCES ATRAViESSEM DOIS ANOS

DE DESPESAS SEM TER QUE AUMENTAR, AÍNDA QUE DE

LEVE, A SUA RECEITA?»

POUPAMOS-LHE ESTA PERGUNTA E CONTAMOS

COM A SUA GENEROSA COLABORACÁO.

A ADMINISTRACAO DE PR

— 564 —
ÍNDICE 1 975

ERGUNTE
e

Responderemos
ÍNDICE 1975

(Os números á direita indicam respectivamente fascículo,


ano de edicáo e página)

«ABBA», Pai para Jesús 186/1975, p. 254.


ABORTO LEGALIZADO? 185/1975, p. 218.
ACAO SOCIAL entre cristaos e judeus 188/1975, p. 339.
ACULTURACAO E EVANGELIZACAO 185/1975, p. 206.
ADVENTISTAS DO SÉTIMO DÍA: características 182/1975, p. 70;
190/1975, p. 456.
ALCOÓLATRA: como ajudá-lo? 183/1975, p. 122.
ALCOÓLICOS ANÓNIMOS (A.A): quem sao? .. 183/1975, p. 116.
ALCOOLJSMO: problema social 183/1975, p. 117.
«ALPHAVILLE», filme 189/19%7J1 P- *£■
«AMIGOS DO HOMEM» (seita): características .. 190/1975, p. 458.
AMOR CONJUGAL até quando? 184/1975, p. 155;
LIVRE 184/1975. p. 164.
ANABATISTAS: características 190/1975, p. 450.
ANALOGÍA DO SER: importancia hoje 189/1975, p. 389.
ANGLICANAS ORDENAgóES: validade? 187/1975, p. 294.
ANÍBAL PEREIRA DOS REÍS contra ecume-
nismo 192/1975, p. 537.
«APOSTOLICAE CURAE»: bula sobre ordenacóes
anelicanas 187/1975, p. 297.
ARTES PLÁSTICAS E CULTURA DE MASSA 192/1975, p. 534.
ASSOMBRACAO DE CASAS 182/1975, p. 81.
AURA DOS CORPOS 191/1975, p. 487.

BATISTAS: características 190/1975, p. 450.


BESTA DO APOCALIPSE: seu número 182/1975, p. 31.
BIBLIA: interpretag5es adventistas 182/1975, p. 70;
maneira de citá-la ^JSS' p" ££'
BRUNO, GIORDANO na historia e no cinema .. 187/1975, p. ¿0¿.
BRUXOS EM BOGOTÁ 191/1975, p. 475;
4* capa.

CALVINISMO-ZVINGLIANISMO: características 190/1975, p. 445.


CANTO NA IGREJA após o Concilio 1?7^HI=I p> fil'
CAPITALISMO E CRISTIANISMO 191/1975, p. 507.
CÁRCERES: RECUPERACAO OU DESTRUÍ-
CAO? 184/197D, p. 177.
CASA MAL-ASSOMBRADA 182/1975, p. 81.
CASAMENTO MORRE QUANDO AMOR „
MORRE' 184/15» ID, p. 1OT •
CATÓLICOS* E* J'ÜDEÚS EM DIÁLOGO 188/1975, p. 331.

— 566 —
ÍNDICE DE 1975 '47

CERTEZAS DO CRISTAO 190/1975, p. 427.


CIENCIA E FÉ SE EXCLUEM? 189/1975, p. 379;
FECHADA OU ABERTA? 189/1975, p. 388.
CIENCIA CRISTA («CHRISTIAN SCIENCE»): ; >.r.;v.
caracterlsücas 190/1975, p^ 455.
COMUNHAO NA MAO 190/1975, p. 463.
COLABORACAO DE CRISTAOS COM MARXIS- -. ..;--•.
TAS 182/1975, p.v57.
CONCORDATA ENTRE SANTA SÉ E PORTU- , ' - / ;
GAL SOBRE DIVORCIO 184/1975, p. 187.
CONGREGACIÓNALISMO: características 190/1975, p. 448.
CONSELHO DE FRATERNIDADE CRISTAO-
•JUDAICA 188/1975, p. 341.
CORES E PSICOLOGÍA 192/1975,. p; 559.
CORPO ASTRAL 191/1975, p.) 487.
CRENCA EM DEUS NO MUNDO DE HOJE ... 185/1975,,p.i 194.
«CRISTAOS PARA O SOCIALISMO»: quem sao? 182/1975, p. .51.
CRISTIANISMO frente ao progresso e á Tradigáo 18V1975, p.. r 29;
e Capitalismo 191/1975, p. 507;
portador de inseguranca ou de ' • ~'< *..■ ¡11 •<
certeza? 190/1975, p.t427.
CULTURA DE MASSA 192/1975, p. 523.
CURVA DO ALCOOLISMO (gráfico) 183/1975, pp..H6s.

DANTE ALIGHIERI E ARTE 192/1975. p. 525.


DEMONIO EXISTE? 191/1975, p. 490.
DEUS NA YOGA 184/1975* • p.¿ 151;
E MAL NO MUNDO 191/1975, p. 515.
«DEUS ÑAS ENTRANHAS»: resultado de una •;•• ;
inquérito 185/1975, p. 191.:
DIALOGO ENTRE CATÓLICOS E JUDEUS .... 188/1975, p. 333J
DISCIPLINA DA IGREJA: mutável ou nao? ... 181/1975, p. 38.
DIVORCIO: debate no Brasil 186/1975,^p.;235;
em Portugal 184/1975,.-p¿, 187.'
DOENCA MENTAL E SANTIDADE 188/1975i p344^

EDUCACAO PARA O DIALOGO JUDEO-CRIS- t'";


TAO 188/1975. p. 287.
EGOÍSMO E SEQÜESTROS 187/1975,' p.:287í
ELETROMAGNETISMO DO CORPO HUMANO 191/1975, p. 476.
EMANCIPACAO DA MULHER E ABORTO .... 185/1975, p. 225.
«EM FAVOR DA FAMILIA»: publicagáo da CNBB 186/1975, p. 235.
ENERGÍA VITAL DOS ORGANISMOS 19V1975, p; 487.Í
EQUANIMIDADE E YOGA 184/1975, p.il45í
ESPERANCA CRISTA HOJE 187/1975, p.!292;
ESPIRITISMO E PARAPSICOLOGÍA 181/1975, p. O%3;
EPISCOPALISMO: características 190/1975. p. 446í
ÉTICA CRISTA E NEGOCIOS 191/1975, p. 500}
YOGUI 184/1975, p. 153.
«EU ESTOU OK. VOCÉ ESTA OK», de Thomas -^i
A. Harris 189/1975, p. 407.

— 567 —
48 ÍNDICE DE 1975

EVANGELIZACAO DO MUNDO MODERNO E


ACULTURACAO 185/1975, p. 206.
EVANGELHO DE JOAO E PAIXAO DE JESÚS 189/1975, p. 393.
EXALTACAO DO FILHO DO HOMEM EM SAO
JOAO 189/1975, p. 396.
EXECUTIVO CRISTAO É POSS1VEL? 191/1975, p. 500.
EXÉRCITO DA SALVACAO: características 190/1975, p. 454.
EXORCISMO NO BATISMO 191/1975, p. 497.
EXPLOSAO DEMOGRÁFICA E ABORTO 185/1975, p. 227.

FAMILIA INDISSOLÚVEL 186/1975, p. 235.


FÉ RELIGIOSA E PESQUISA CIENTÍFICA CON-
CILIAM-SE 189/1975, p. 383.
FÉ, segundo «cristáos socialistas» 182/1975, p. 64.
FENÓMENOS PARAPSICOLÓGICOS E CRENCA
RELIGIOSA 185/1975. p. 198.
«FILHO DO HOMEM» NOS EVANGELHOS ... 186/1975, p. 253.
FILHOS DO DIVORCIO 186/1975, p. 239.
FILOSOFÍA HINDÚ E F. CRISTA 184/1975, p. 151.
FORCA DE VONTADE E PARAPSICOLOGÍA .. 191/1975, p. 483.
FRATERNIDADES ROSA-CRUZ: que sao? 183/1975, p. 103.

GIORDANO BRUNO na historia e no cinema 187/1975, p. 302.


GRAFOLOGIA aplicada aos santos 188/1975, p. 358.

HERMÓGENES, JOSÉ. E «YOGA PARA NER


VOSOS» 184/1975, p. 143.
HORA DE JESÚS NO IV EVANGELHO 189/1975, p. 399.
HUMILDADE E COMPLEXOS PSICOLÓGICOS 188/1975, p. 351.

IGREJA E FAMILIA 186/1975. p. 244;


E MACONARIA 188/1975, p. 372;
E SEITA: que sao 190/1975, p. 442;
PARTICULAR: que é? 185/1975, p. 204.
IMPASSES DA PERMISSIVIDADE 186/1975, p. 239.
IMPRENSA E CULTURA DE MASSA 192/1975, p. 525.
INDISSOLUBILIDADE NO MATRIMONIO 186/1975, p. 235.
INQUÉRITO SOBRE EXISTENCIA DE DEUS .. 185/1975, p. 191.
INQUISICAO E GIORDANO BRUNO 187/1975, p. 302.
INSENSIBILIDADE AS GRANDES INTERRO-
GACÓES 189/1975, p. 385.
INTERVENCAO DO ALÉM E CASA MAL-ASSOM-
BRADA 182/1975, p. 82.

— 568 —
ÍNDICE DE 1975 49

JESÚS CRISTO: DEUS? segundo H. Küng 186/1975, p. 246;


E MENTALIDADE JUDAICA . 191/1975, p. 492.
JU1ZO ESCATOLÓGICO E PAIXAO DE JESÚS 189/1975, p. 401.

LIBERDADE DE JESÚS NA PAIXAO 189/1975, p. 405.


«LIGAR E DESLIGAR» 192/1975, p. 545.
LITERATURA DE MASSA 192/1975, p. 525.
LITURGIA E EXISTENCIA DO DEMONIO .... 191/1975, p. 497;
NO DIALOGO JUDEOCRISTAO ... 188/1975, p. 334.
LUCRO FINANCEIRO E CULTURA 192/1975, p. 526.
LUTERANISMO: tragos característicos 190/1975, p. 444.

MARXISMO: solucáo científica? 182/1975, p. 62.


«MASS MEDIA» E CULTURA 192/1975, p. 524.
MAU OLHADO PEGA? 191/1975, p. 482.
MENINOS DE DEUS: quem sao? 184/1975, p. 168.
METODISMO: características 190/1975, p. 449.
MISSA AOS DOMINGOS: obrigatória? 192/1975, p. 550.
«MÍSTICA» DAS CORES 192/1975, p. 559.
MOLESTIAS PSICOSSOMÁTICAS 184/1975, p. 476.
MORAL E DIRECTO PERANTE O ABORTO ... 185/1975, p. 227;
NEGOCIOS 191/1975, p. 500.
MÓRMONS: características 190/1975, p. 453.
MORTE: depoimentos referentes a 186/1975, p. 263.
MÚSICA DE MASSA 192/1975, p. 530.

NACIONAL-SOCIALISMO EM ROMA 191/1975, p. 514.


NASCIMENTO VIRGINAL DE JESÚS, segundo
Küng 186/1975, p. 255.
NEGOCIOS LUCRATIVOS E MORAL 191/1975, p. 500.
NEUROSE E SANTIDADE CONCILLAVEIS? .. 188/1975, p. 344.
NUMERO DA BESTA DO APOCALJPSE 183/1975, p. 79.

«O JORNAL BATISTA» e pastor Aníbal 192/1975, p. 538.


«O PEQUEÑO PRINCIPE», livro e filme 190/1975, p. 466.
«OCUPAR-SE» E HIGIENE MENTAL 184/1975, p. 147.
«OLHO GRANDE» PEGA? 191/1975, p. 482.
ORACAO: valor 185/1975, p. 195.
ORDEM MORAL E JURÍDICA NO DIVORCIO 184/1975, p. 188.
ORDENACOES ANGLICANAS: validade? 187/1975, p. 294.

— 569 —
50 ÍNDICE DE 1975

PADRE EM ENREDOS DE FILMES 191/1975, p. 516.


«PAI, CRIANCA E ADULTO» NA PSICOLOGÍA
TRANSACIONAL 189/1975, p. 408.
PAPADO EM DECLARAQAO LUTERANO-CATÓ
LICA 183/1975, p. 95.
PAIXAO DE JESÚS EM JOAO 189/1975, p. 393.
PARAPSICOLOGÍA: que é? 181/1975, p. 3;
casa mal-assombrada 182/1975, p. 85.
fenómenos mediúnicos 191/1975, p. 475.
PASCOA DE ISRAEL 183/1975, p. 139;
DOS CRISTAOS 183/1975, p. 140;
192/1975, p. 552.
— por que nao tem data fixa? 183/1975, p. 139.
PEDRO E PRIMADO SEGUNDO LUTERANOS 183/1975, p. 95.
«PEDRO NUNCA FOI PAPA», livro 192/1975, p. 537.
PENTECOSTAIS: características 190/1975, p.. 459.
PORNOGRAFÍA E CONSUMO 192/1975, p. 529.
«PRAXIS» MARXISTA E FÉ CRISTA 182/1975, p. 55.
PRECIÉNCIA DE JESÚS NA PADCAO 189/1975, p. 404.
PRESBITERIANISMO: características 190/1975, p. 448.
PRESENCA CRIADORA DE DEUS EXPRESSA
NO MUNDO 189/1975, p. 389.
PRIMADO DO ESPIRITUAL SOBRE O MATE
RIAL 187/1975, p. 290;
PSICOCINESE E FENÓMENOS MEDIÚNICOS 182/1975, p. 85;
191/1975, p. 485.
PSICOLOGÍA TRANSACIONAL: que é? 189/1975, p. 407.
PSICOTERAPIA YOGUI 184/1975, p. 145.

«QUAKERS»: características 190/1975, p. 452.


QUANTIDADE E QUALIDADE ÑAS ARTES 192/1975, p. 524.

RACISMO E MITO DO SÉC. XX 191/1975, p. 515.


REFORMISMO RADICAL NA IGREJA 181/1975, p. 31.
«RELAX» E YOGA 184/1975, p. 146.
RESSURREICAO CORPORAL DE JESÚS, se
gundo Küng 186/1975, p. 256.
REVISTAS E CULTURA DE MASSA 192/1975, p. 529.
REVOLUCAO SOCIALISTA E CRISTIANISMO 182/1975, p. 55.
«ROMA, CIDADE ABERTA», filme 191/1975, p. 514.
ROMANCE: surto e difusño 192/1975. p. 527.
«ROSA CRUZ»: doutrina o inensagem 183/1975, p. 106.
ROSSI, CARD. AGNELO c pastor Aníbal 192/1975, p. 538.

— 570 —
ÍNDICE DE 1975 51

«SABER MORRER», de Jean Portail 186/1975, p. 263.


SALVACAO CRISTA E LIBERTACAO POUTICA 182/1975, p. 65.
SANTOS ATRAVÉS DA GRAFOLOGIA 188/1975, p. 356.
SAÚDE MENTAL E SANTIFICACAO 188/1975, p. 345.
SEITA E IGREJA: que sao? 190/1975, p. 432.
SENSO COMUM E PRIMEIROS PRINCIPIOS 190/1975, p. 432.
SEQÜESTROS: DESAFIO A SOCIEDADE .... 187/1975, p. 283.
«SER CRISTAO», de Hans Küng 186/1975, p. 246.
SER E TER 187/1975, p. 289.
«SÉTIMO SELO», filme 181/1975, p. 42.
SEXO NA YOGA 184/1975, p. 149.
«SOBRENATURAL» E PSIQUISMO HUMANO . 191/1975, p. 475.
SOCIEDADE DE CONSUMO E CULTURA .... 192/1975, p. 524.
SUBCONSCIENTE E SEU PODER 191/1975, p. 476.
SUENENS, CARD. e missa dominical 192/1975, p. 550.
SUGESTAO E FENÓMENOS MEDIONICOS .... 191/1975, p. 478.

TAREFAS URGENTES PRÓFAM1LIA 186/1975, p. 242.


TELEPATÍA E FENÓMENOS MEDIONICOS 19V1975, p. 479.
TEOLOGÍA DA LIBERTACAO 181/1975, p. 10.
TESTEMUNHAS DE JEOVA: características 190/1975, p. 457.

UTILITARISMO E ARTE 192/1975, p. 526.

VALOR DA ORACAO 185/1975, p. 195;


187/1975, p. 286.
VALORES AUTÉNTICOS E NAO A 191/1975, p. 503.
VERDADES DA FÉ IMUTAVEIS 181/1975, p. 36.
VERDADE: capaddade do homem para 190/1975, p. 427.
VISAO CIENTÍFICA E V. DE FÉ 189/1975, p. 390.
EXTRA-OCULAR 192/1975, p. 556.

YOGA E CRISTIANISMO SE CONCILIAM? 184/1975, p. 143.

— 571 —
52 ÍNDICE DE 1975

EDITORIAIS

A ENERGÍA ATÓMICA EM FOCO 188/1975, p. 329.

A GRANDE TORMENTA 183/1975, p. 93.

AÍNDA O JOGO DA BOLA 190/1975, p. 425.

«DEUS ESTA VIVO» 182/1975, p. 49.

DIVORCIO EM DISCUSSAO 184/1975, p. 141.


MAIS UM NATAL! 192/1975, p. 521.

MARÍA NO ANO DA MULHER 185/1975, p, 189.

O JOGO DA BOLA 189/1975, p. 377.

«Ó MORTE, ONDE ESTA A TUA VITORIA? .. 191/1975, p. 473.

PARA VOCÉ, QUEM É JESÚS CRISTO? 187/1975, p. 281.


RECONCILIACAO 181/1975, p. 1.

UM CONTÓ DO TIBE 186/1975, p. 233.

LIVROS APRECIADOS

BAGATTI, Belarmino — A IGREJA DA CICUN-


CISAO. HISTORIA E ARQUEOLOGÍA DOS
JUDEOCRISTAOS 188/1975, 3* capa.

BALLARINI, Teodorico e outros — INTRODU-


CAO A BIBLIA II/l: PENTATEUCO 188/1975, p. 375.

BOFF, Leonardo — OS SACRAMENTOS DA


VIDA E A VIDA DOS SACRAMENTOS .. 185/1975, p. 231.

CANSÍ, Bernardo — FORMACAO DE CATE


QUISTAS 181/1975, D. 48.
COX, Harvey — A FESTA DOS FOLIÓES. UM
ENSAIO TEOLÓGICO SOBRE FESTIVI-
DADE E FANTASÍA 186/1975, p. 280.

DATTLER, Frederico — A IGREJA DOS PRI


MORDIOS 192/1975, p. 562.
DUPONT, Jacques — ESTUDOS SOBRE OS
ATOS DOS APOSTÓLOS 181/1975, p. 47.
DIVERSOS — NOSSA FÉ (5 volumes) 190/1975, 4* capa.
FEINER, Johannes e LÓHRER, Magnus — MYS-
TERIUM SALUTIS IH/8: O EVENTO
CRISTO COMO OBRA DO ESPIRITO
SANTO 186/1975, p. 279.
GRELOT, Pierre — O CASAL HUMANO
NA ESCRITURA 192/1975, p. 561.

— 572 —
Só ^ • • •— 181/1975- p-
JOLIVET, Régis - VOCABULARIO DE FILO-
SOF*IA

KONINGS, Johan - ENCONTRÓ COM O 423


QUARTO EVANGELHO 189/1975, p. 42á.
_ JESÚS NOS EVANGE- noft/1Q__ .„,
LHOS SINÓTICOS 189/1975, p. 422.
LACERDA, Milton Paulo de - NO CIMO DA 245
MONTANHA 186/1975, p. #a.
LEPARGNEUR, Hubert - ESPERANCA E ES-
CATOLOGIA 182/1975, ó capa.

LIBANIO, Joáo Batista - PECADO E OPQAO


FUNDAMENTAL 192/1975, p. ubi.

MARÍAS, Julián - O TEMA DO HOMEM .... 189/1975, p. 423.


MOHANA Joao - CEU E CARNE NO CASA- ^^ 32g
MhJN 1U

MOREIRA, Eliane. PIMENTA, Eliane e VAN


BALEN, Claudio - ENTENDER... MORAL,
PECADO E CONFISSAO 191/1975, p. 51».

1^/1975, 3. cap,

TÉRRA, J.E. Martins - EXISTE O DIABO? 327


RESPONDEM OS TEÓLOGOS 187/1975, p. AZI.

- O PECADO NO ANTIGO TESTAMENTO ... 192/1975, p. 562.


TTLLARD J M R — DIANTE DE DEUS E
PARA OS HOMENS. O PROJETO DOS RE-
LIGIOSOS 191/1975, p. Sia.
VILLELA. Lucia Jordáo - O ASSUNTO É MU- ^^ p

LHER

W1975, » cpa.

V° « 3- C.P..
CARO LEITOR!

DESEJAMOS AGRADECER-LHE A VALIOSA COLABO-


RACÁO PRESTADA DURANTE 1975. «PERGUNTE E RES
PONDEREMOS» É SUA REVISTA, É NOSSA REVISTA.

AJUDE-NOS A MELHORÁ-LA INCESSANTEMENTE,

1) ENVIANDO-NOS SUAS CRÍTICAS, SUGESTÓES E


OBSERVACÓES; SERÁO BENVINDAS. DESEJAMOS INTER
CAMBIO E DIÁLOGO COM OS NOSSOS AMIGOS. ISTO
DEPENDE DE VOCÉ;

2) DIFUNDINDO PR ENTRE OS SEUS FAMILIARES E


AMIGOS. VOCÉ É O NOSSO PORTA-VOZ JUNTO A ELES.
SE A REVISTA LHE SERVIU, NAO PODERIA SERVIR TAM-
BÉM A ELES ?

3) RENOVANDO A SUA ASSINATURA ÑAS PRÓXI


MAS SEMANAS. GERALMENTE AS NOSSAS ASSINATURAS
VÁO DE JANEIRO A DEZEMBRO; NAO É O CASO
DA SUA ?

PERTO DO NATAL, TEREMOS Á SUA DISPOSiqÁO O


VOLUME DE PR 1975 ENCADERNADO. PODERÁ SOLICI-
TÁ-LO A EDITORA LAUDES, RÚA SAO RAFAEL, 38, RIO
DE JANEIRO (RJ) ZC-09.

MUITO GRATOS

A ADMINISTRACAO DE PR

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