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VISITA DE ESTUDO A LEÓN

27 e 28 de Fevereiro de 2009

Visita a León ou um hino ao “divino


tesouro”(*)
Eu falo por mim: comovi-me de contentamento, quando vi tantos olhos a
“apalpar” toda aquela realidade “nova” –fosse a Colegiata de S. Isidoro, com
a exuberância das pinturas medievais do panteão dos Reis. Fosse a
magnífica Catedral, com o seu magnífico festival de cores e de luz, uma
luminosidade musical coada pelas rosáceas soberbas, pelos vitrais a medir
forças com os de Chartres. Fosse aquele encantador palácio de um conto de
fadas, chamado “Casa de los Botines”, onde apeteceria viver um romance
sonhado ou sonhante. Fosse o transparente MUSAC, a transpirar
contemporaneidade por todos os poros,a sugerir-nos diferentes formas
estéticas de conjugar o vocábulo M-O-D-E-R-N-I-D-A-D-E. Fosse o noctívago “
bárrio húmedo” por onde alguma muito boa gente deambulou até às
quinhentas, a abanar o capacete, longe das escâncaras dos telelés paternos
(“Vê-me lá a que horas chegas ao hostal, ok?” - “pois é, pai, mas
temos ká konnosko os nossos profes Prof. Guerreiro Vaz e José Melo,
a profª. Kristina Sobral de HAC e a profª. Maria la Luz! Não vos
preokupeis!”).
E “a coisa” ainda só agora começou e já cá estamos? Ainda os motores da
camioneta não deixaram de ronronar pelos nevados montes da Sanábria ou
galgando as planícies agora verdes e prenhes de água, a anunciar a alegre
ressurreição da meseta e pronto. A verdade é que o que é bom dura pouco!
Mas fica a impressão, que as grandes viagens são sempre as que nós
fazemos ao nosso interior e que persistem na nossa Memória, quer dizer no
coração.
E nem faltou, pelo meio da manhã de sábado, o velho filme policial que
todos vivemos, protagonistas ensonados, e que envolvia o desaparecimento
de um “quadro”, um daqueles objectos kitsch que é “obrigatório” ver
pendurado em parede de hostal, como se se tratasse dessa celebérrima fita
de Pierce Brosnan “Thomas Crown – A arte do Crime”, cujo “happy end”
comoveu toda a gente, depois das peripécias e do suspense do costume!
Depois de tantas magias iniciáticas, noite ou dia fora e longe, “no
estrangeiro”, novas cumplicidades, uns possíveis beijitos atirados ao vento
ibérico, na esquina de uma qualquer “calle”, muitas promessas
ingénuamente carregadas de amor eterno, ao som repicado das velhas
campanas da Reconquista Cristã, amor misturado com “fogo que arde sem
se ver”, alguns saltitos no desconhecido, certos sentimentos meio confusos,
mas teimosos e insistentes de que é preciso crescer na aventura do
saber, da procura de soluções sempre mais e mais criativas, da
busca sustentada na experimentação, nesta ideia teimosa de que
tantos conseguem, não porque sejam mais espertos ou tenham
muito jeitinho, MAS PORQUE TRABALHAM, PORQUE VALORIZAM O
SEU ESFORÇO PESSOAL E NUNCA SE CONTENTAM COM O ÓBVIO,
COM O BANAL, COM O “DÉJÀ VU” OU COM O “LUGAR COMUM”,
ACENDENDO SEMPRE AS FOGUEIRAS NOVAS DA IMAGINAÇÃO ».
Claro que valeu a pena trazer todo este mundo de significantes a
arderpara casa, para o quotidiano, “p´rá Soares” a fim de agora os retalhar,
com pachorra, derramando-os na espuma dos dias, para fazê-los
“coisa/causa” nossa de uma matéria plástica que nos sirva para embrulhar a
vida - aquela que nos obriga a estudar, a cumprir horários, a viver as mil e
uma rotinas que nos moem a alma, nestas cinzenturas de inverno –como
gente que levanta a cabeça, que fixa o horizonte e sabe ir mais além no
caminho do sonho, ou seja, que assume o único sentido que a vida possui e
que cada um tem que aprender por si: AMAR AS ESTRELAS.
Um abraço a todos os caminheiros “de las estrellas” de León.
José Melo (de Filosofia)

(*) termo usado depreciativamente por uma vigilante do Tesouro da


Colegiata de S. Isidoro, citando o poeta nicaraguense Ruben Dario, para se
referir à juventude.

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