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Não perca seu latim
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Não perca seu latim

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Em nova edição revista, "Não perca o seu latim", do filólogo, ensaísta, crítico e tradutor Paulo Rónai, é uma fascinante coletânea de 1.500 expressões, provérbios, máximas e sentenças latinas traduzidas e acrescidas de referências que envolvem o leitor numa inspiradora viagem pela tradição da literatura brasileira e estrangeira, a partir do conhecimento dessa língua de incomparável força expressiva e seu vasto universo cultural.

A edição, feita com a colaboração de Aurélio Buarque de Holanda e lançada originalmente em 1980, reúne expressões coloquiais e formais, das mais curiosas, como Elephantum e muscã facěre (Fazer de uma mosca um elefante), até as mais incorporadas ao cotidiano, como idem, quorum, a priori, errata, et cætěra, persona non grata, quid pro quo.

Contando ainda com uma sucinta gramática latina, Não perca o seu latim é uma salutar dose de erudição, sem afetação, para uso cotidiano, feito para conhecedores e interessados em descobrir toda a riqueza da língua-mãe do idioma português.

A edição, feita com a colaboração de Aurélio Buarque de Holanda e lançada originalmente em 1980, reúne expressões coloquiais e formais, das mais curiosas, como Elephantum e muscã facěre (Fazer de uma mosca um elefante), até as mais incorporadas ao cotidiano, como idem, quorum, a priori, errata, et cætěra, persona non grata, quid pro quo.

Contando ainda com uma sucinta gramática latina, Não perca o seu latim é uma salutar dose de erudição, sem afetação, para uso cotidiano, feito para conhecedores e interessados em descobrir toda a riqueza da língua-mãe do idioma portuguê
LanguagePortuguês
Release dateAug 31, 2020
ISBN9786586719116
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    Não perca seu latim - Paulo Rónai

    ©Cora Tausz Rónai e Laura Tausz Rónai, 2017

    ©Bazar do Tempo, 2017

    Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei n. 9.610, de 12.2.1998.

    É proibida a reprodução total ou parcial sem a expressa anuência da editora.

    Este livro foi revisado segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil desde 2009.

    EDITORA

    Ana Cecilia Impellizieri Martins

    COORDENAÇÃO EDITORIAL

    Maria de Andrade

    PROJETO GRÁFICO E CAPA

    Victor Burton

    DESIGNERS ASSISTENTES

    Adriana Moreno

    Anderson Junqueira

    Hugo Carvalho

    PREPARAÇÃO DE ORIGINAIS

    Sandra Abreu

    REVISÃO TéCNICA

    Fábio Frohwein

    Maria Paula Rozo Gomes

    CONVERSÃO PARA EPUB

    Cumbuca Studio

    Agradecimentos à Laura Rónai, Lucia Riff, Daniele Cajueiro e Zsuzsanna Spiry.

    R 768 Rónai, Paulo, 1907-1992.

    Não perca seu latim: coletânea de palavras e frases latinas frequentemente citadas – provérbios, ditados, máximas, lemas, divisas, inscrições, epitáfios, locuções – traduzidas, explicadas e abonadas, e seguidas de uma sucinta gramática latina.

    Paulo Rónai; com a colaboração de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira ; apresentação de Marco Lucchesi. -- Rio de Janeiro : Bazar do Tempo, 2017.

    p. 336

    ISBN digital: 978-65-86719-11-6

    1. Latim – Palavras e expressões. 2. Latim - Gramática. 3. Latim – Obras de referência. I. Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. II. Lucchesi, Marco. III. Título.

    CDD 473 — CDU 811.124

    Nova edição revista, 2017

    Rua José Roberto Macedo Soares, 12 / s. 301 — Gávea

    22470-100 — Rio de Janeiro — RJ

    contato@bazardotempo.com.br

    www.bazardotempo.com.br

    A minhas filhas CORA e LAURA

    "Maître de Philosophie: – Que voulez-vous apprendre?

    Monsieur Jourdain: – Tout ce que je pourrai, car j’ai toutes les envies du monde d’être savant; et j’enrage que mon père et ma mère ne m’aient pas fait bien étudier dans toutes les sciences quand j’étais jeune.

    Maître de Philosophie: – Ce sentiment est raisonnable: Nam sine doctrina vita est quasi mortis imago. Vous entendez cela, et vous savez le latin sans doute?

    Monsieur Jourdain: – Oui, mais faites comme si je

    ne le savais: expliquez-moi ce que cela veut dire."

    —Molière, Le Bourgeois Gentilhomme

    Acte ii, scène 4.

    "Com latim, rocim e florim,

    Andarás mandarim."

    —Antigo provérbio português

    ... no fundo o meu amigo tem razão: não custa nada, não é demais meter um latinório para cima desse povinho todo; se a gente não faz isso, passa por ignorante e eles só respeitam quem mostra que sabe mais.

    —Josué Guimarães, Os tambores silenciosos,

    dia 3, cap. 2.

    sumário

    Prefácio

    Introdução

    Notas

    Acentuação e Pronúncia

    Bibliografia

    Sucinta Gramática Latina

    § 1. A declinação dos substantivos

    § 2. Observações acerca da i, ii, iv e v declinações

    § 3. Observações acerca da iii declinação

    § 4. Declinação dos nomes gregos

    § 5. Declinação dos adjetivos qualificativos

    § 6. Graus de significação dos adjetivos

    § 7. Pronomes pessoais

    § 8. Adjetivos e pronomes possessivos

    § 9. Adjetivos e pronomes demonstrativos

    § 10. Pronomes relativos

    § 11. Adjetivos e pronomes interrogativos

    § 12. Adjetivos e pronomes indefinidos

    § 13. Conjugação da voz ativa dos verbos regulares

    § 14. Conjugação da voz passiva dos verbos regulares

    § 15. Sum e seus compostos

    § 16. Volo e seus compostos

    § 17. Fero e eo

    § 18. Verbos defectivos

    § 19. Verbos impessoais

    § 20. Verbos depoentes e semidepoentes

    § 21. Conjugação perifrástica

    § 23. Numerais cardinais

    § 24. Numerais ordinais

    § 25. Classificação, formação, graus dos advérbios

    § 26. A oração simples e seus termos

    § 27. Concordância do predicado com o sujeito

    § 28. Concordância do adjetivo atributo e do aposto

    § 29. Concordância do pronome

    § 30. As vozes do verbo

    § 31. Os modos do verbo

    § 32. As formas nominais do verbo

    § 33. O gerundivo

    § 34. Sintaxe do nominativo

    § 35. Sintaxe do acusativo

    § 36. Sintaxe do genitivo

    § 37. Sintaxe do dativo

    § 38. Sintaxe do ablativo

    § 39. Ablativo absoluto

    § 40. Orações coordenadas ou subordinadas

    § 41. Os modos e os tempos das orações subordinadas

    § 42. Orações subjetivas e objetivas

    § 43. Oração infinitiva com o sujeito no acusativo

    § 44. Oração infinitiva com o sujeito no nominativo

    § 45. Discurso direto e indireto

    § 46. Orações relativas

    § 47. Interrogação indireta

    § 48. Orações correlativas

    § 49. Orações concessivas

    § 50. Orações causais

    § 51. Orações finais

    § 52. Orações comparativas ou modais

    § 53. Orações temporais

    § 54. Orações condicionais

    § 55. Uso da conjunção cum

    § 56. Uso da conjunção ut

    Sobre Paulo Rónai

    Bibliografia básica de Paulo Rónai

    prefácio

    Uma língua que se inscreve no presente

    marco lucchesi

    Tenho especial ligação com este livro, desde o fim da minha adolescência, quando me entregava, com rigor e apetite autodidata, aos encantos do latim. E o fato não se limitava a uma série de saltos mortais, ou carpados, exigidos pela gramática, árdua e fascinante, bem entendido. Buscava os rastros de um mundo novo, fruto do intocável frescor de que goza a antiga juventude dos deuses. Língua e literatura mostravam-se para mim, desde então, como conjuntos indissolúveis, que não se podiam afastar sob um método esquizo-linguístico. Sentia-me bem com o livro Urbis et orbis lingua , de Vittorio Tantucci, que aprofundava os volumes de nossa conhecida Ars latina , em paralelo com a leitura dos clássicos.

    Não perca seu latim reflete, juntamente com outras obras de Rónai, a fineza de um autor que jamais patrocinou o bellum gallicum, entre gauleses e romanos, ou, em outras palavras, a guerra setorial entre língua e literatura, que assola vários programas didáticos. Rónai preparou um livro que se distingue do deserto, outrora dominante, segundo o qual a uma só frase de Cícero correspondem, por lei, nove páginas para a terceira declinação. Paulo Rónai é um intelectual que surge das ruínas do império Austro-Húngaro, dotado de fina sensibilidade estética, com as línguas múltiplas, absolvidas, como em Canetti, tantas vezes, numa paleta cultural polifônica, quando não dramática.

    Não conheci pessoalmente Paulo Rónai. Ignoro o timbre de sua voz. Jamais apertei sua mão. Sinto-me como no filme 84, Charing Cross Road, traduzido no Brasil como Nunca te vi sempre te amei. Mantivemos uma breve correspondência, desde a emoção da leitura de Os meninos da rua Paulo, que ele traduziu, e que procurei agradecer com o entusiasmo que me habitava. Era um pouco o retrato da minha infância, das infâncias, que se comunicam no maravilhoso quixotismo dos meninos. A resposta não se fez esperar: veio do sítio Pois é, redigida com letra miúda, regular, desde os amplos domínios de sua biblioteca (brilhoteca) na serra de Friburgo. Foram quatro ou cinco cartas, e mais alguns livros autografados, dentre os quais Como aprendi português e outras aventuras, onde definia o húngaro um emaranhado de opacos labirintos, e este belo Não perca o seu latim.

    Na minha biblioteca praiana (talassoteca), a obra de Rónai avançava, com Babel e antibabel, antologias de contos e volumes da Comédia humana, que inaugurei com o soberbo Eugénie Grandet. E podia dizer mais, sobretudo que fiquei preso, encantado, naqueles opacos labirintos a que se referiu Rónai.

    Há dois ou três anos Ana Cecília Impellizieri Martins, autora de uma belíssima tese sobre Rónai, deparou-se com uma carta que ele arquivou, a letra irregular, desgraciosa, assinada por um rapaz de vinte anos, que acusava e agradecia a chegada de Não perca o seu latim, com os maiores elogios. Foi uma estranha sensação reler aquela carta, a bem da verdade um bilhete, em que hoje mal me reconheço.

    Não se perdeu a saudação das virtudes deste livro, que recompõe a paisagem de um tempo, testemunho de uma espessura humanista, inscrita num pantempo generoso e ecumênico.

    introdução

    Será preciso explicar a finalidade deste livro, que se destina aos que não sabem latim, mas também aos sabedores, oferecendo-lhes uma coletânea de palavras, expressões e frases latinas comumente citadas, com a respectiva tradução, a indicação da fonte e, quando necessário, a explicação? Enquanto se ensinava latim em nossos colégios, os rudimentos fornecidos pela escola davam para a decifração dos trechos em latim que pelo menos os melhores ex-alunos encontrassem incluídos num texto escrito ou num discurso feito em português. Hoje o latim anda ausente dos programas, mas um bom punhado de sentenças continua a fazer parte da bagagem do homem culto. É a este que pretendemos ajudar.

    São fragmentos conservados ao acaso, mas suficientes para convencer-nos da incrível força de condensação e expressão do idioma dos romanos. Assiste razão ao prof. Roberto Lyra Filho quando afirma que uma das razões do estudo, sempre útil, do latim para nós, é o que o idioma tem de conducente à boa ordenação do pensar e ao despojado encanto no dizer.

    Este volume contém razoável número de citações: provérbios, máximas, lemas, divisas, inscrições, epitáfios, e até desses latinismos vulgares de que se perdeu a consciência. O conjunto de tais itens compendia boa parte da experiência humana de muitos séculos, vazada em formas impressionantes de tão lapidares. Ousamos crer que ao descobrir-lhes a beleza o consultor se transforme em leitor.

    Chamaríamos este livro de inventário, se considerássemos o latim uma língua morta. Mas, a rigor, ele não morreu; apenas se transformou, com o tempo, em português, castelhano, francês, italiano, romeno, que representam seus estágios modernos, diversificados. Que ao lado deles por tanto tempo se tenha mantido um estágio mais antigo, isto prova suas qualidades e seu prestígio.

    Foi no século VI a.C. que um dialeto do antigo indo-europeu, falado pela tribo dos latinos às margens do Tibre, deu sinais de sua presença nalguns vestígios gravados. Até 250 a.C. manteve-se e, fase pré-literária, documentado sobretudo em inscrições. De 250 a 90 a.C. se conta o seu período arcaico, a que pertencem, entre outros, Plauto e Terêncio. Chega então à fase áurea, de 90 a.C. a 14 d.C., com todas as suas características desenvolvidas já num conjunto a que se dá o nome de latim clássico. Esta época coincide com a idade de ouro das letras, ilustradas pelas obras de Virgílio, Horácio e Cícero. Durante mais um século a literatura produz obras de valor – citem-se Ovídio, Tácito, Tito Lívio –, embora sem a pureza e a perfeição daquelas; é o período de prata (de 14 a 117 d.C.). Depois deles a penetração da língua oral na escrita traz um período arcaizante, marcado paralelamente pelo brotar intenso de neologismos (117 a 188 d.C.) e seguido pela fase de decadência que durante alguns séculos acompanhará as vicissitudes de desmoronamento político.

    As formas vernaculares do latim principiam a surgir no século IX. Mas o seu aparecimento e progressivo fortalecimento não significavam o fim do idioma padrão que, durante quase um milênio, ainda serviria de veículo à erudição e à ciência, e, sob sua forma cristianizada, à Igreja católica.

    Por um paradoxo curioso, esse idioma que já não o é de nenhum povo e desconhece fronteiras, pois é ensinado, falado e escrito em toda a Europa, sem falar nos outros continentes, dá à luz uma literatura não brotada de solos étnicos, mas que supera em quantidade e qualidade qualquer uma das literaturas nacionais durante o mesmo período. Bastará lembrar as grandes obras da teologia e do hinário, as coletâneas de lendas cristãs, e, também, no lado profano, nomes como os de Dante, Petrarca, Boccaccio, Erasmo, Bacon, Descartes, Newton...

    Como era a língua das escolas, quase não frequentadas por mulheres, esse latim era essencialmente uma língua de homens, portanto da política; e, por outro lado, permitia dizer o que convinha calar nos idiomas nacionais: Le latin, dans les mots, brave l’honnêteté.

    Um livro como este se faz sempre com base em muitos outro congêneres, os mais importantes dos quais estão relacionados na bibliografia final. Entre os melhores convém salientar Frases e curiosidades latinas, de Arthur Vieira de Rezende Silva, trabalho erudito de grande riqueza, infelizmente esgotado, ao qual inúmeras vezes recorremos, sem, contudo, reproduzir-lhe sempre as traduções. Em 1918 o público ainda entendia latim, o que permitia mais liberdade nas versões; hoje elas têm de ser literais. Por outro lado, abonamos grande número de verbetes com exemplos colhidos em autores brasileiros e portugueses, mas também em textos de jornal e, até, de publicidade.

    Para permitir a recordação de conhecimentos esquecidos e facilitar a compreensão das estruturas latinas, acrescentamos no fim uma gramática resumida.

    Cabe exprimir aqui os agradecimentos mais calorosos ao querido amigo Revmo. Pe. Giuseppe Valsania, a quem devemos especialmente as informações relativas às Encíclicas pontificais, registradas pela primeira vez, salvo engano, em obra desta natureza; e manifestar a nossa sincera gratidão a nosso mestre Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, o grande lexicógrafo, que aplicou a este livro também, como a tantos outros trabalhos nossos, o crivo de uma revisão criadora, uma de suas especialidades.

    Nova Friburgo, janeiro de 1980.

    —paulo rónai

    NOTA À 2ª EDIÇÃO

    O autor agradece sinceramente as preciosas observações de seus amigos Ana Maria Falcão (Brasília), Herbert Caro (Porto Alegre), João Paixão Neto e Tassilo Orpheu Spalding (São Paulo), aproveitadas nesta 2ª edição.

    Sitio Pois é, setembro de 1980

    —paulo rónai

    NOTA À 3ª EDIÇÃO

    A esta nova edição foram acrescidos verbetes novos, assim como a localização mais exata e abonação de alguns antigos. Pode-se ver nisto mais uma prova de que o latim, longe de estar morto, se faz presente nas ocasiões mais diversas.

    É com prazer e gratidão que agradeço as novas contribuições do caro amigo Revmo. Pe. Giuseppe Valsania e a colaboração preciosa dos srs. Roldão Simas Filho e José Raimundo Gomes da Cruz.

    Sitio Pois é, 1983

    —paulo rónai

    ACENTUAÇÃO E PRONÚNCIA

    As palavras de duas sílabas acentuam-se sempre na penúltima.

    As de três ou mais sílabas acentuam-se na penúltima quando esta é longa; na antepenúltima quando a penúltima é breve.

    Marcamos com sinal ˘ (braquia) todas as penúltimas breves: intíma, descendére. As palavras que levam essa indicação são, pois, acentuadas na antepenúltima.

    Usamos também, bem mais raramente, o sinal ¯ (mácron) para indicar sílaba longa, especialmente no fim da palavra: quâ, conditâ.

    æ e œ pronunciam-se como e: lætus, cœlum.

    quæ e que pronunciam-se qüë: quaestio, quem.

    qui pronuncia-se qüi: quiosque, quibus.

    ti pronuncia-se si antes de vogal: natío, vitíum.

    x pronuncia-se sempre como cs: exemplum, exceptus.

    Ab absurdo, (Partindo) do absurdo. v Diz-se de um método de demonstração usado sobretudo em Geometria.

    Ab æterno, Desde a eternidade.

    "Pensar que a tua ventura

    Deus ab æterno a fizera,

    No meu caminho a pusera...

    E eu! eu fui que não a quis." – Gonçalves Dias, "Ainda uma vez – adeus!"

    Ab amicis libenter moneamur, Deixemo-nos de bom grado advertir pelos amigos. v Provérbio.

    Ab asíno lanam (quærére), (Procurar) lã no asno, (pedir) lã ao asno, isto é, querer uma coisa impossível.

    Ab hoc et ab hac (et ab illa), Disso e dessa (e daquela), isto é, de tudo, desordenadamente. Cf. Quando conveníunt...

    Abíit non obíit, Não morreu: partiu. v Frase usada em epitáfios.

    Ab imo corde, Do fundo do coração.

    Ab imo pectóre, Do imo do peito, do fundo do coração.

    Ab initío, Desde o começo.

    Ab intestato, Sem deixar testamento.

    Ab irato, Num impulso de cólera.

    Ab Jove principíum, Comecemos por Júpiter. v Palavras com que, num desafio poético, um pastor começa a sua cantoria (Virgílio, écloga III, 60).

    A bove maiore discat arare minor, O boi mais novo aprenda a arar com o mais velho. v Provérbio.

    Ab ovo, v Desde o ovo, desde o princípio.

    Ab ovo (usque) ad mala, Do ovo até a maçã, isto é, de cabo a rabo. (Os romanos começavam a refeição por um ovo e terminavam-na por uma fruta). A expressão é registrada por Horácio (Sátiras, I, 3, 6).

    Absens hæres non erit, O ausente não será herdeiro, ou Quem estiver ausente, não herdará.

    Absente reo, Na ausência do réu.

    Absit invidía verbo, Esteja a palavra isenta de má vontade. v Expressão mais ou menos equivalente à nossa com perdão da (má) palavra. Cf. Sit venía verbo.

    Absit omem, Esteja ausente o mau agouro. v Expressão supersticiosa usada depois de se falar nos espíritos malignos.

    Ab uno disce omnes, V. Crimíne ab uno disce omnes.

    Ab Urbe condítâ, Desde a fundação da Cidade. v Palavras que se costuma acrescentar, por extenso ou abreviadas, a uma data calculada a partir da fundação de Roma, isto é, de 753 a.C. (Diz-se também Urbis condí).

    ABUSUS NON TOLLIT USUM, O abuso não impede o uso. Máxima de Direito: o abuso que se pode fazer de uma coisa ou de um direito não é motivo para que se renuncie a seu uso.

    Abyssus abyssum invocat, O abismo chama o abismo, isto é, Uma falta atrai outra (Salmo XLI, 8, de Davi).

    Eu sentava no claustro, à noite, e sondava os abismos. Abyssus abyssum invocat... Sofria.

    A

    ntônio

    C

    arlos

    V

    illaça,

    O nariz do morto

    , cap.

    IV

    .

    A.c., abreviatura de Anni currentis.

    A capíte (usque) ad calcem, Da cabeça ao calcanhar, da cabeça aos pés.

    Accessit, Aproximou-se. v Empregado substantivamente, designa a colocação de quem, numa competição, por pouco não obteve o prêmio ou um dos prêmios; corresponde à nossa menção honrosa. "A que parte remota destes reinos não chegou já a fama do seu gênio, do seu dogcart, no sebáceo acessit que lhe enodoa o passado..." – Eça de Queiroz, "Os Maias I", 5.

    Accídit in puncto quod non speratur in anno, Acontece num momento o que não se espera num ano. v Palavras do imperador Fernando I.

    Accipére, quam facére, præstat injuríam, é preferível sofrer uma injustiça a praticá-la. v Provérbio. Equivalente grego: ’Ai/sxion to_ a0dikei=n tou~ a)dikei=sai .

    Accusare nemo se debet, Ninguém deve acusar-se a si mesmo. v Máxima de Jurisprudência.

    Acerbo nimis, Em demais ingrato. v Primeiras palavras de uma encíclica do Papa Pio X, datada de 25 de abril de 1905, sobre o ensinamento da doutrina cristã cuja primeira frase é esta: "Acerbo nimis ac difficíli tempóre ad supremi pastoris munus in universum Christi gregem gerendum, arcanum Dei consilíum tenuitatem nostram evexit, Em tempos demasiadamente ingratos e difíceis, os arcanos desígnios de Deus quiseram elevar a nossa pequenez ao mister de supremo pastor da grei universal de Cristo".

    A.Chr.n., abreviatura de Ante Christum natum.

    Acta est fabúla, A peça acaba de ser representada. v Palavra com que se anunciava, no antigo teatro romano, o fim do espetáculo. Últimas palavras do imperador Augusto. Título de um poema de Cassiano Ricardo, em O Arranha-céu de vidro.

    A.D., abreviatura de Anno Domini.

    Ad absurdum, Ao absurdo. "Levar uma argumentação ad absurdum."

    Ad aperturam libri, Onde se abrir o livro. v Diz-se também aperto libro.

    "Sabe bem o seu latim aquele que traduz qualquer clássico ad aperturam libri".

    Ad astra per aspéra, (Chega-se) aos astros através de dificuldades. v Lema do Estado de Kansas (E.U.A).

    Ad astra per ardúa, Aos astros (chega-se) por caminhos estreitos. Cf. Ad augusta per angusta.

    Ad audiendum verbum, Para ouvir a palavra. v Diz-se da convocação de um inferior para receber instruções ou admoestações de um superior.

    Ad augusta per angusta, (Chega-se) a resultados sublimes por caminhos estreitos. Cf. Ad astra per ardúa.

    Ad Calendas Græcas. V. Ad Kalendas Græcas.

    Ad captandum vulgus, Para conquistar a plebe.

    Addenda, (Coisas) que devem sem acrescidas, isto é, suplemento.

    Ad Græcas

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