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MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE SAO PAULO Promotoria de Justica do Consumidor 37* Vara Civel do Foro Central Processo n° 583.00.2007.245877-1- Acdo Civil Publica Mm. Juiz: A petigao da Procuradoria-Geral de Justica A intervencdo, por parte da egrégia Procuradoria-Geral de Justia, nos presente processo, para “suplicar 0 sobrestamento da homologacéo do acordo” reveste-se de evidente ilegalidade. E certo que os orgios de Administracdo Superior do Ministério Publico nao tém_atribuicdo para intervir_em_acées judiciais propostas pelo promotor natural em primeiro grau de isdicdo. © processo judicial néo é um logradouro plblico de livre acesso. Dele s6 participam as partes que gozem de legitimidade ativa ou passiva, ou terceiros interessados, nas hipoteses previstas no Cédigo de Processo Civil, Mas nao basta a legitimidade, é preciso ainda, para 6 1 2 MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE SAO PAULO apresentar-se em Juizo, possuir capacidade_processual. O Estatuto Processual indica em todo um Capitulo, a quem compete a representagdo em juizo, ativa e passiva, quando se tratar de pessoa juridica ou de alguém que nao se acha no exercicio dos seus direitos. No caso do Ministério Publico, quem o € o Orgao de execucao cuja atribuicao estiver_pré-definida_em lei, em funcaéo da mateéria, da representa em j territorialidade e ainda de normas de distribuigao de servico. Sao justamente essas regras que permitem o respeito aos principios do promotor natural e da independéncia funcional. O art. 114 da Lei Complementar Estadual n° 734/93, que institui a Lei Organica do Ministério Publico, impée a seguinte regra: Art. 114- No mesmo processo ou procedimento néo oficiara simultaneamente mais de um érgio do Ministério Publico. Segundo a doutrina de HUGO NIGRO MazziLui, “sempre que baste a atuacao de um sé membro do Ministério Publico no processo, em suas manifestagdes ele vinculara toda a instituigéo, por forga da relagéo de organicidade, obedecidas as regras da unidade e indivisibilidade préprias da instituigao”.! " 4 Defesa dos Interesses Difusos em Juizo, Sao Paulo: Saraiva, 20%, ed., 2007. p. 359. \ MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE SAO PAULO Nao pode passar sem mengdo ainda o que preceitua o art. 88 do Ato Normativo n°. 484-CPJ, oriundo do Orgao Especial do Colégio de Procuradores de Justica do Ministério Ptiblico do Estado de Sao Paulo, de 5 de outubro de 2006, editado para disciplinar “o inquérito civil e demais investigagdes do Ministério Publico na area dos interesses difusos, coletivos e individuais homogéneos, as audiéncias ptblicas, os compromissos de ajustamento de conduta e as recomendagées, e da outras providéncias”: Art. 88- Havendo agdo civil piblica em andamento, o compromisso sera formalizado no processo respectivo, para eventual homologacéo por sentenca, nao _intervindo_o Conselho Superior do Ministério Piblico. A redacéo desse dispositive é a mais abrangente possivel - “havendo acdo civil publica em andamento” — sem qualquer ressalva ou excec4o. Ubi lex non distinguit nec nos distiguere debemus (“Onde 0 legislador nao distingue, nao pode o intérprete distinguir”). Segundo CarLos MAXIMILIANO, “quando 0 texto dispée de modo amplo, sem limitagdes evidentes, é dever do intérprete aplica-lo a todos os casos particulares que se possam enquadrar na hipotese geral prevista explicitamente”.2 No mesmo sentido disp6e a Sumula 25 do Conselho Superior do Ministério Publico do Estado de Sao Paulo: 2 Hermenéutica e Aplicaedo do Direto, Rio de Janeiro: Forense. 11° ed, 1991, p. 247. F desse autor a trad do brocard, G wt b

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